Oeiras, 6 de Setembro de 1808.
Meu caro Sir Arthur:
[...]
Se me é permitido dar uma opinião sobre as nossas operações futuras, seja nas Astúrias ou noutro sítio, [penso] que era necessário que o governo [britânico] tivesse fixado qual deveria ser o teatro de guerra depois de restaurarmos Portugal. Se o exército fosse comandado por vós, tal seria menos necessário; contudo, nas presentes circunstâncias, uma carta consistindo sobretudo em questões e especulações não é o tipo de ofício que se deveria ter enviado a Sir Hew Dalrymple. O momento é precioso, e se os espanhóis estiverem dispostos a permitir que ajamos com eles, não se deve perder tempo algum. De facto, começamos agora a perceber que a nossa força está embaraçada, quando poderia estar a ser útil para a causa comum na crise mais importante que ocorreu durante a guerra.
Estou inclinado a pensar que o melhor que podemos fazer é levar a nossa força para as Astúrias, se o exército chegar somente a 15.000 homens; contudo, com a força que agora tem, parece-me que podemos ampliar o nosso campo. Assim, se pudesse dar o meu voto sobre o modo como deveríamos agir no momento presente, proporia que se começassem sem perda de tempo as nossas disposições para mover consecutivamente os corpos sobre o Tejo, e também por Almeida, em direcção à província de Leão; tendo o cuidado de enviar à volta, por mar, um corpo de 10.000 ou 12.000 homens para as Astúrias, ou talvez, em vez disso, desembarcar ali as tropas que vêm da Inglaterra, donde também se deveria enviar um General para comandá-las.
As operações do exército britânico serão então no norte de Leão, vigiando Burgos e os Pirenéus Ocidentais, se as coisas correrem bem, e retroceder para a costa e para Portugal se as circunstâncias na Espanha não prosperarem, ou se a inferioridade da nossa força requerer que abdiquemos um pouco daquela parte. As operações do principal exército espanhol podem ser dirigidas para a parte norte do Ebro e de Navarra, enquanto agem defensivamente sobre o lado da Catalunha, onde talvez possamos encorajá-los com algumas tropas vindas da Sicília.
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George Murray
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Se me é permitido dar uma opinião sobre as nossas operações futuras, seja nas Astúrias ou noutro sítio, [penso] que era necessário que o governo [britânico] tivesse fixado qual deveria ser o teatro de guerra depois de restaurarmos Portugal. Se o exército fosse comandado por vós, tal seria menos necessário; contudo, nas presentes circunstâncias, uma carta consistindo sobretudo em questões e especulações não é o tipo de ofício que se deveria ter enviado a Sir Hew Dalrymple. O momento é precioso, e se os espanhóis estiverem dispostos a permitir que ajamos com eles, não se deve perder tempo algum. De facto, começamos agora a perceber que a nossa força está embaraçada, quando poderia estar a ser útil para a causa comum na crise mais importante que ocorreu durante a guerra.
Estou inclinado a pensar que o melhor que podemos fazer é levar a nossa força para as Astúrias, se o exército chegar somente a 15.000 homens; contudo, com a força que agora tem, parece-me que podemos ampliar o nosso campo. Assim, se pudesse dar o meu voto sobre o modo como deveríamos agir no momento presente, proporia que se começassem sem perda de tempo as nossas disposições para mover consecutivamente os corpos sobre o Tejo, e também por Almeida, em direcção à província de Leão; tendo o cuidado de enviar à volta, por mar, um corpo de 10.000 ou 12.000 homens para as Astúrias, ou talvez, em vez disso, desembarcar ali as tropas que vêm da Inglaterra, donde também se deveria enviar um General para comandá-las.
As operações do exército britânico serão então no norte de Leão, vigiando Burgos e os Pirenéus Ocidentais, se as coisas correrem bem, e retroceder para a costa e para Portugal se as circunstâncias na Espanha não prosperarem, ou se a inferioridade da nossa força requerer que abdiquemos um pouco daquela parte. As operações do principal exército espanhol podem ser dirigidas para a parte norte do Ebro e de Navarra, enquanto agem defensivamente sobre o lado da Catalunha, onde talvez possamos encorajá-los com algumas tropas vindas da Sicília.
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George Murray
[Fonte: Supplementary Despatches and Memoranda of Field Marshal Arthur, Duke of Wellington, K.G. - Vol. VI, London, John Murray, 1860, pp. 130-131, p. 131].