tag:blogger.com,1999:blog-44904011340342777562024-02-19T15:04:57.921+00:00As Invasões Francesas(episódios e documentos da Guerra Peninsular)Unknownnoreply@blogger.comBlogger1104125tag:blogger.com,1999:blog-4490401134034277756.post-27464896105688057482012-03-15T21:00:00.003+00:002012-03-15T21:11:02.070+00:00Nota<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Alerto aos visitantes e seguidores deste</span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"> blog que parei temporariamente </span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">a ordem cronológica que estava a seguir para passar a publicar diversos documentos anteriores a 11 de Setembro de 1808, data dos que aparecem na página inicial, e que podem erroneamente dar a impressão que não tenho publicado nada há vários meses. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Na verdade, nos últimos tempos transcrevi, traduzi e publiquei uma série de documentos, todos eles produzidos antes de 11 de Setembro de 1808. Continuarei esta tarefa até que a tenha mais adiantada, pelo que ainda tardarei algum tempo até publicar documentos posteriores à data acima referida. Entretanto, aviso os interessados que os </span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">documentos principais que tenho publicado são os seguintes: </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">1. Mais de uma centena de cartas trocadas entre personalidades como o General Bernardim Freire de Andrade e o seu Ajudante de campo, o Bispo do Porto, Wellesley, Dalrymple, etc., correspondência esta que faz parte dum importante corpo documental intitulado </span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">"Serie chronologica da correspondencia diplomatica militar mais importante do General Bernardim Freire de Andrade, Commandante em Chefe do Exercito Portuguez destinado ao resgate de Lisboa com a Junta Provisional do Governo Supremo estabelecido na cidade do Porto e o Quartel General do Exercito Auxiliar de S. Magestade Britanica em Portugal",</span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"> publicado originalmente nos dois primeiros volumes do </span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><i>Boletim do Arquivo Histórico Militar</i>. Alguns destes documentos encontram-se repetidos (na língua original ou traduzidos) na actas referidas no ponto seguinte.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">2. Diversas dezenas de documentos publicados originalmente nas actas do processo dos Generais britânicos responsáveis directa e indirectamente pela chamada Convenção de Sintra (Cf. entre outras edições, </span><a href="http://books.google.com/books?id=QQoSAAAAYAAJ&hl=pt-PT&pg=PA1#v=onepage&q&f=false" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><i>Copy of the Proceedings upon the Inquiry relative to the Armistice and Convention, &c. made and conclued in Portugal, in August 1808, between The Commanders of the British and French Armies</i></a><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">, London, House of Commons Papers, 31st Jannuary 1809). </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">3. <a href="http://asinvasoesfrancesas.blogspot.com/search/label/Geoffroy%20Saint-Hilaire">Vinte e cinco documentos</a> relacionados com a missão do naturalista francês </span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Geoffroy Saint-Hilaire a Portugal, durante o contexto da primeira invasão francesa.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">4. <a href="http://asinvasoesfrancesas.blogspot.com/search/label/Caricaturas">Várias caricaturas</a>, sobretudo de autores ingleses, relacionadas e produzidas durante o contexto da Guerra Peninsular. Este último ponto será </span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">aumentado</span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"> </span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">consideravelmente nos próximos tempos.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span><br />
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Para qualquer dúvida, sugestão, correcção ou esclarecimento, podem contactar-me para </span><u style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">edgarcavaco@gmail.com</u><br />
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><u><br />
</u></span></div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4490401134034277756.post-45289407535452824672011-09-11T11:00:00.003+01:002011-09-19T18:20:49.652+01:00Anedotas relativas à campanha do exército britânico em Portugal, segundo o periódico The National Register de 11 de Setembro de 1808<div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Na batalha do dia 21 [de Agosto de 1808], os franceses tinham no campo cerca de 15.200 homens, dos quais 1.200 compunham a cavalaria. Esta última força não teve a oportunidade de se distinguir, pois não fez sequer uma só carga durante todo o dia; contudo, a sua posição e número era formidável, o que contribuiu para manter embaraçado um corpo considerável de tropas britânicas, ocupado a observar os seus movimentos. Os seus uniformes eram verdes. </span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">As <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Shrapnel_shell">munições Shrapnel</a> (assim chamadas devido ao seu inventor, o Coronel de artilharia <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Henry_Shrapnel">Shrapnel</a>) fizeram, por si só, uma matança terrível entre as fileiras francesas. Elas contêm cerca de 100 balas de mosquete, e são calculadas para explodir a uma determinada distância, espalhando instantaneamente a morte e a devastação em seu redor. </span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span></span><br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhPDTQH9iS3rAefoCrXkHzjnjNVikcZf7ITsZstE6jEB1hRsmsG8XC1bFw4mftaT8iiTq97oMPFlmGdCD4HwtJyh79TgyHBb2E-0FMj_e0XrHoY4Grjj3w5OUma9qPOB5XJbq1vTFvVk0_Z/s1600/Shrapnel_shell.gif" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhPDTQH9iS3rAefoCrXkHzjnjNVikcZf7ITsZstE6jEB1hRsmsG8XC1bFw4mftaT8iiTq97oMPFlmGdCD4HwtJyh79TgyHBb2E-0FMj_e0XrHoY4Grjj3w5OUma9qPOB5XJbq1vTFvVk0_Z/s1600/Shrapnel_shell.gif" /></span></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;">Fonte: <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Shrapnel_shell">Wikipedia</a></span><span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;"><br />
</span><b><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Exemplo do efeito de metralha</span></b></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><b><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> </span></b><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><b>provocado pelas munições Shrapnel</b> </span></span></td></tr>
</tbody></table><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">A maneira científica segundo a qual o Comandante em Chefe [Wellesley] enfrentou o ataque dos franceses contribuiu materialmente para a derrota destes. O exército francês avançou em três grandes colunas, de forma a carregarem todas elas sobre a esquerda e centro do exército britânico. À medida que cada uma destas colunas avançava, invariável e independentemente da resistência que encontrava pela frente, sofria um ataque em ambos os flancos pelo fogo dos corpos avançados para tal objectivo, através duma pequena mudança das suas posições; desta forma os franceses perderam um surpreendente número de homens antes de poderem usar as baionetas. Em caso algum os franceses chegaram a recorrer a esta última arma, pois cada vez que carregavam, eram instantaneamente batidos. </span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">O avanço do inimigo para o ataque foi impetuoso e até furioso. À medida que se aproximava, o inimigo saudava os ingleses com todos os epítetos injuriosos que são tão férteis na sua língua, ao passo que, pelo contrário, os ingleses, escarninhamente, davam vivas à sua aproximação. O uniforme do inimigo era singular: azul e com adornos brancos, sobre o qual levava um sobretudo branco de lã, um pouco parecido à bata dum condutor de carroças; o seu chapéu era quadrado, como o dos ulanos [<a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Uhlan">lanceiros polacos</a>]; e as mochilas eram de pele de cabra. A sua mosquetaria foi completamente formidável, particularmente a de dois Regimentos suíços ao seu serviço, que se comportaram com a maior bravura. Os seus atiradores [<i>voltigeurs</i>] foram, em geral, bons, mas muito inferiores em actividade e real serviço aos caçadores [<i>riflemen</i>] ingleses. Proporcionalmente, o número das forças sobre o campo era muito favorável aos ingleses, não se podendo dizer o mesmo acerca do número que realmente participou na acção. Resumindo, a batalha do Vimeiro foi decidida pela superior habilidade militar do Líder e pela bravura superior do soldado; todas as manobras praticadas surgiram dos vários e combinados movimentos de ataque e defesa; ocorreram em ambos os lados repetidas mudanças de posição; e finalmente, a palma da vitória foi o prémio para quem melhor mereceu portá-la, depois duma longa e árdua luta de quase quatro horas.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Em relação aos Generais franceses comprometidos naquele dia, umas poucas palavras não serão desinteressantes. Da conduta pessoal de Junot, que comandou o exército francês na batalha do Vimeiro, pouco se sabe. Os seus Oficiais capturados, e até aqueles de alta graduação, falaram muito superficialmente, e até em termos de reprovação, em relação às suas manobras durante a acção. Pouco se fala do General Loison, apesar deste ter, contudo, a reputação de ser um homem hábil. O General Laborde distinguiu-se na Roliça no dia 17, quando contestou aos ingleses, de forma tão hábil, os passos da montanha. Tem a reputação de oficial experimentado, mas possui um carácter muito feroz. O General Brenier também se distinguiu na batalha da Roliça. Por três vezes conduziu o ataque que resultou tão destrutivo para os Regimentos <sup><span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;">os</span></sup> 9 e 29 de infantaria a pé, cobrindo assim a retirada de Laborde com o corpo principal do exército, e retirando-se depois em boa ordem, apesar de com muitas baixas. Foi aqui que pereceram os Coronéis Lake e Stewart. Ele não foi, contudo, tão feliz no dia 21, sendo aprisionado na brava carga da brigada do General Ferguson, que rompeu a coluna direita do inimigo, à frente da qual combatia Brenier. É impossível não noticiar aqui algumas circunstâncias relacionadas com a captura deste Oficial. Ele rendeu-se, quando a coluna cedeu, ao Cabo Ross<span class="Apple-style-span" style="color: yellow;">*</span>, do Regimento n.º 71, e imediatamente tirou o seu relógio e dinheiro, que, juntamente com a sua espada, dragonas e faixa, ofereceu ao seu capturador: este nobre homem, contudo, recusou tudo o que lhe foi oferecido, trazendo o General em segurança ao Coronel Pack, e entregando-o a este Oficial. Brenier, espantado, não pôde deixar de exclamar: <i>Que tipo de homem é este; ele prestou-me o maior dos serviços: trouxe-me para aqui em segurança, arriscando a sua vida, e ainda assim recusa tomar-me todas as recompensas que lhe posso oferecer!</i> A esta exclamação observou secamente o Coronel Pack: <i>Nós somos soldados britânicos, Senhor, não saqueadores</i>. Os nossos leitores ficarão contentes, contudo, em saber que tal conduta não deixou de ser recompensada: assim que Sir Arthur Wellesley foi informado deste caso, pediu ao Coronel Pack o favor de graduá-lo sargento no campo de batalha (o que foi cumprido imediatamente pelo Coronel), e deu do próprio bolso uma boa gratificação ao seu generoso camarada. A conduta, nesse dia, dum primo deste mesmo Cabo Ross, que era tocador de gaita de foles do mesmo regimento, é também demasiado notável para ser passada em silêncio. Ao avançar até às suas fileiras, combatendo com bravura enquanto os seus músicos ficaram para trás, foi ferido gravemente na sua perna por uma bala de mosquete; vendo-se incapaz de prosseguir, sentou-se deliberadamente no chão, e tirando as correias do seu instrumento, gritou [no seu <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_ga%C3%A9lica_escocesa">gaélico</a> nativo]: <i>Camaradas, não posso mais combater convosco, mas constante será a minha alma se quereis música</i>, e imediatamente começou a tocar a sua música mais bélica com o seu máximo poder e na maior descontracção</span><span class="Apple-style-span" style="color: yellow; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><b>**</b></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">. </span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">O General Kellermann, que foi enviado por Junot para tratar os termos sobre os quais capitularia o seu exército, comandava a reserva francesa na acção do dia 21. Foi ele que se esforçou para recuperar os canhões tomados pela brigada do General Ferguson, num desesperado ataque sobre os Regimentos n.<sup><span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;">os</span></sup> 71 e 82, que tinham parado no vale onde os franceses tinham perdido as ditas peças. Contudo, este ataque foi repelido através duma brilhante manobra do Comandante em Chefe, que, posicionado sobre um terreno alto, vendo a desvantagem que estes corpos teriam se fossem atacados no vale, deu-lhes ordens para se retirarem para as alturas, medida esta que foi obedecida muito relutantemente. Chegando às alturas, pararam, dispararam e, descendo a colina, carregaram sobre o inimigo, que a este tempo tinha chegado ao fundo do vale, com tal impetuosidade e efeito, que o derrotaram e o obrigaram a retirar-se completamente com muitas baixas, deixando as seis peças de canhão para trás. Este Oficial é o filho do <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Fran%C3%A7ois_Christophe_de_Kellermann">célebre Marechal do mesmo nome</a>. Ao chegar ao Quartel-General britânico no dia 22, ele não parecia minimamente abatido pelos acontecimentos desastrosos dos dias 17 e 21, nem mostrava o menor sentimento ou compaixão pela desgraça de muitas centenas dos seus camaradas soldados que estavam mortos e morrendo devido às suas feridas por toda a parte. Ao jantar à mesa do General, para a qual foi naturalmente convidado, pareceu surpreendido pelos biscoitos duros que aí havia, e disse: <i>Sinceramente, General, se soubesse que estáveis tão mal providos, ter-vos-ia trazido algum pão fresco!</i></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: xx-small;">[Fonte: <a href="http://books.google.com/books?id=KHUPAAAAQAAJ&hl=pt-PT&pg=PA577#v=onepage&q&f=false"><i>The National Register</i>, n.º 37, September 11, 1808</a>, pp. 580-581].</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><br />
</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">_________________________________________________________________</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><br />
</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Notas:</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><span class="Apple-style-span" style="color: yellow;"><b><br />
</b></span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><span class="Apple-style-span" style="color: yellow;"><b>*</b> </span>Tratava-se na realidade do Cabo Angus Mackay.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><br />
</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><span class="Apple-style-span" style="color: yellow;"><b>**</b> </span>O aludido tocador de gaita de foles escocesa, que se tornou algo famoso por este feito, chamava-se George Clark (ou Clarke).</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><br />
</span></div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4490401134034277756.post-27179069273792725452011-09-11T10:00:00.001+01:002011-10-11T23:44:29.900+01:00Plano da batalha do Vimeiro, publicado no periódico The National Register de 11 de Setembro de 1808<div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><b><a href="http://books.google.com/books?id=KHUPAAAAQAAJ&hl=pt-PT&pg=PA579&ci=5%2C41%2C932%2C1419&source=bookclip"><img src="http://books.google.com/books?id=KHUPAAAAQAAJ&hl=pt-PT&hl=pt-PT&pg=PA579&img=1&zoom=3&sig=ACfU3U0tMb5-Ap_K3w2g5YPoEVGm6wXNDg&ci=5%2C41%2C932%2C1419&edge=0" /></a></b></span></div></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><b><br />
</b></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><b><br />
</b></span></div><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><b><br />
</b></span></div><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><b>Uma relação da Batalha do Vimeiro</b></span></div><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><b>servindo de explicação ao plano da batalha</b></span></div><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">A Batalha do Vimeiro iniciará uma época importante na nossa História. É um daqueles acontecimentos decisivos que não só terminam uma campanha e aniquilam os recursos do inimigo naquela região, mas que produzem uma superioridade decidida nas operações posteriores dos vitoriosos. Neste aspecto, apresenta uma forte semelhança com as batalhas de <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Battle_of_Marengo">Marengo</a>, <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Battle_of_Ulm">Ulm</a> e <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Battle_of_Jena-Auerstedt">Jena</a>. Ela mudou completamente as características da guerra. Os franceses, que têm tido durante tantos anos o hábito de abrirem fogo e devastarem os Estados dos seus inimigos, e dos seus exércitos subsistirem às custas destes últimos, estarão agora limitados à necessidade de defenderem as suas próprias fronteiras contra uma força invasora. A <a href="http://asinvasoesfrancesas.blogspot.com/2011/08/carta-do-general-wellesley-ao-general_21.html">relação transmitida por Sir Arthur Wellesley</a> é tão clara e judiciosa que seria presunçoso acrescentar-lhe algo.</span></div><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">[<i>Seguia-se um excerto da citada <a href="http://asinvasoesfrancesas.blogspot.com/2011/08/carta-do-general-wellesley-ao-general_21.html">carta de Wellesley a Sir Harry Burrard</a></i>]</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: xx-small;">[Fonte: <a href="http://books.google.com/books?id=KHUPAAAAQAAJ&hl=pt-PT&pg=PA577#v=onepage&q&f=false"><i>The National Register</i>, n.º 37, September 11, 1808</a>, p. 580].</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: xx-small;"><br />
</span></div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4490401134034277756.post-80128418701618614752011-09-10T18:00:00.001+01:002012-02-10T20:21:42.137+00:00Carta da Junta de Beja ao General Dalrymple (10 de Setembro de 1808)<span style="font-family: Georgia;"></span><br />
<span style="font-family: Georgia;"><br />
</span><div style="text-align: justify;"><div style="text-align: right;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Beja, 10 de Setembro de 1808.</span></div><div><br />
<div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Ilustríssimo e Excelentíssimo Senhor Comandante em Chefe do Exército britânico:</span><br />
<br />
<span style="font-family: Georgia;">A Junta Suprema desta cidade e província, reconhecendo em <span class="Apple-style-span">Vossa Excelência todas as qualidades e virtudes capazes de suportar o carácter duma nação verdadeiramente grande (a generosa Inglaterra), verdadeira amiga do nosso amado Soberano, tem a satisfação de manifestar a Vossa Excelência os nossos sentimentos mais puros de amizade e de gratidão.</span></span><br />
<span style="font-family: Georgia;"><span class="Apple-style-span">Até agora, nenhuma circunstância desconcertou o patriotismo da cidade de Beja ou das povoações dos arredores, que têm todas, como a própria cidade, continuado a ser subordinadas e unidas, para dar a maior prova do seu amor e fidelidade pelo seu legítimo Soberano, em cujo coração habitam as virtudes.</span></span><br />
<span style="font-family: Georgia;">Todos têm conhecimento da assistência que nos foi enviada pela Grande Nação (pelos generosos ingleses) tal como pelos nossos amigos fraternos, os espanhóis.</span><br />
<span style="font-family: Georgia;">Portugal mereceu isto; e as três nações unidas protegerão a religião, restaurarão os Soberanos, e aliviarão os sofrimentos do país. E chega agora o tempo dos opressores experienciarem não só o que merecem enquanto inimigos, mas mais ainda enquanto delinquentes. Vossa Excelência sabe que eles não foram simples intrusos, mas que a sua audácia ilimitada lançava-se contra a dignidade da Casa de Bragança, o que feriu os corações dos portugueses, e que somente pode ser curado pela destruição destes inimigos. Começando por ofender a Sua Majestade humana, eles elevaram os seus insultos até mesmo contra a Divina Majestade, cujos altares saquearam. Os portugueses, fiéis cristãos, e a província do Alentejo, provaram ser homens dignos, unidos à Junta Suprema, estando perfeitamente dispostos a derramar a última gota do seu sangue em defesa da sua religião, do seu Soberano e do seu país. O povo de Lisboa é irmão do povo do Alentejo; e ele irá, em companhia com este, procurá a vitória, ou morrer gloriosamente na batalha contra o vil inimigo, ao qual não se pode dar permissão para deixar a capital sem impunidade, quando eles, pelos seus crimes, ofenderam tanto a religião como a humanidade.</span><br />
<span style="font-family: Georgia;">A Junta Suprema tem liberdade de sentimentos, estando segura que Vossa Excelência a receberá favoravelmente, pelos ditos sentimentos estarem em consonância com os vossos. Vossa Excelência, que se uniu a nós para vencer, unir-se-á também para punir.</span><br />
<span style="font-family: Georgia;">A Junta Suprema é sensível do pouco uso da vida, quando esta não é arriscada durante algum tempo em defesa da nossa religião ou do nosso Rei. Morrer como mártir pela religião ou pelo patriotismo é, em ambos os caso, morrer com glória, quando a ocasião o requer. E requeremos que Vossa Excelência permitir-nos-á tomar uma oportunidade de digna emolução da nação portuguesa.</span><br />
<span style="font-family: Georgia;">Esta Junta Suprema ama, no mais alto grau, a nação britânica; e por Vossa Excelência, o seu valoroso General, eles têm a mais alta consideração.</span><br />
<span style="font-family: Georgia;"><br />
</span><br />
<span style="font-family: Georgia;"><i>D. João José Mascarenhas de Azevedo.</i></span><br />
<span style="font-family: Georgia;"><i>D. Silvestre dos Santos Chaves.</i></span><br />
<span style="font-family: Georgia;"><i>D. António Joaquim d'Oliveira.</i></span><br />
<span style="font-family: Georgia;"><i>D. Diego da Buenha Sotto</i>, Major.</span><br />
<span style="font-family: Georgia;"><i>D. Manuel do Cabo de Arcez.</i></span><br />
<span style="font-family: Georgia;"><br />
</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: xx-small;">[Fonte: </span><a href="http://books.google.com/books?id=QQoSAAAAYAAJ&hl=pt-PT&pg=PA1#v=onepage&q&f=false" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: x-small;"><i>Copy of the Proceedings upon the Inquiry relative to the Armistice and Convention, &c. made and conclued in Portugal, in August 1808, between The Commanders of the British and French Armies</i></a><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: xx-small;">, London, House of Commons Papers, 31st Jannuary 1809, p. 214 (doc. 127)].</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: xx-small;"><br />
</span></div></div></div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4490401134034277756.post-54797601714670046522011-09-10T17:00:00.000+01:002012-02-10T20:17:46.032+00:00Notícias publicadas na Minerva Lusitana (10 de Setembro de 1808)<div style="text-align: justify;"><br />
<br />
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><em>Lisboa, 10 de Setembro, pelas 5 horas da tarde. </em><br />
<br />
A Fundição, [o] Arsenal, e dizem também que o Castelo, estão já guarnecidos pelos nossos aliados ingleses; de que já entrou um grande número em Lisboa com o General Beresford. O forte do Exército português ainda está hoje em Mafra; mas assegura-se que fará a sua entrada amanhã.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Quase todos os franceses estão, há dias, abarracados no Terreiro do Paço, Rossio, Campo de Santana [actual Campo dos Mártires da Pátria], e no largo de São Paulo; e começaram já hoje a embarcar.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Ontem apresentaram-se no Quartel-General inglês muitas pessoas constituídas em autoridade, e entre as quais alguns dos Governadores do Reino.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">O Tejo não oferece, há muitos anos, mais vistoso e lisonjeiro espectáculo, pelo considerável número de embarcações que têm entrado. <br />
<br />
<span style="font-size: xx-small;">[Fonte: <a href="https://bdigital.sib.uc.pt/bg4/UCBG-RB-36-8_2/UCBG-RB-36-8_2_master/UCBG-RB-36-8/UCBG-RB-36-8_item1/P165.html"><em>Minerva Lusitana</em>, 12 de Setembro de 1808</a>]. </span><br />
</span></div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4490401134034277756.post-23760525686201094212011-09-10T11:00:00.003+01:002013-05-07T11:29:29.454+01:00Proclamação dos Comissários britânicos (Proby e Beresford) e francês (Kellermann) encarregados da execução da Convenção de 30 de Agosto (10 de Setembro de 1808)<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div>
<div style="text-align: center;">
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Proclamação dos Comissários britânicos </span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">e francês encarregados de fazer executar a Convenção ajustada entre os respectivos Comandantes em Chefe</span></b></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Para cumprimento das estipulações feitas na <a href="http://asinvasoesfrancesas.blogspot.com/2011/08/convencao-definitiva-para-evacuacao-de.html">Convenção ajustada para a evacuação de Portugal pelo exército francês</a><b><span class="Apple-style-span" style="color: yellow;">*</span></b>, assentámos que toda a qualidade de propriedade confiscada ou usurpada dos vassalos ou outras pessoas residentes em Portugal, ou dos Palácios Reais, Bibliotecas Públicas e Museus, ou de outras pessoas, ainda existente em Portugal, deveria ser restituída. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Nós, os Comissários encarregados da execução da dita Convenção, visto que Sua Excelência o Comandante em Chefe do Exército francês o tem já feito saber ao seu Exército</span><b style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><span class="Apple-style-span" style="color: yellow;">*</span></b><b style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><span class="Apple-style-span" style="color: yellow;">*</span></b><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">, houvemos também por justo e conveniente fazer publicar o mesmo, para instrução de todos os que nisto forem interessados; e para facilitar a restituição ou o recebimento de tais propriedades, julgámos conveniente nomear uma Comissão composta de três pessoas, a saber: o Senhor Tenente-Coronel Trant, o Senhor António Rodrigues de Oliveira, e Mr. Debluir, Comissário de Guerra, que se juntarão no </span><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Pra%C3%A7a_Lu%C3%ADs_de_Cam%C3%B5es" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Largo do Loreto</a><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"> n.º 8, os quais são nomeados a fim de receber, inquirir e julgar de todas as reclamações desta natureza; devendo receber a devida execução as suas ordens de restituição de propriedade, seja quem for a pessoa a quem elas forem dirigidas. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">A fim de [as]segurar a conservação dos objectos ou móveis que foram tirados das casas Reais ou públicas, para uso e cómodo de quaisquer Generais, Administradores ou outros indivíduos do Exército francês, declaramos que as pessoas que possuírem propriedades sequestradas ou usurpadas ficam responsáveis por elas, seja qual fora a casa ou lugar para onde ou donde tenham sido removidas. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Estes mesmos possuidores devem trazer a descrição de todos os móveis, com o nome de seus proprietários, ficando obrigados a todo o seu conteúdo; o que será entregue somente depois da prova legal do direito de propriedade. Os possuidores dos artigos acima mencionados deverão apresentar nesta Comissão uma relação exacta de tudo quanto possam ter em seu poder das referidas propriedades. E todas as pessoas poderão dirigir-se seguramente a este Tribunal.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Julgámos igualmente necessário fazer saber a todos aqueles a quem pertencer, que toda a compra dos artigos tirados de Arsenais públicos ou armazéns desde o dia 30 de Agosto, ou [de] qualquer objecto que legalmente se provar haver sido ilegitimamente vendido ou distraído em qualquer tempo ainda anterior ao dia 30 de Agosto, será nula e de nenhum efeito; e os artigos usurpados e os compradores sujeitos à pena decretada pelas Leis. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">A Comissão empregada para receber as reclamações e facilitar a restituição das propriedades terá as suas sessões em casa do Senhor António Rodrigues de Oliveira, n.º 8 no Largo do Loreto. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Lisboa, 10 de Setembro de 1808. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">O Comissário francês para a execução do Tratado de 30 de Agosto, </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><i>O General Kellermann. </i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><i>W. C. Beresford</i>, Major General </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><i>Proby</i>, Tenente Coronel. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Comissário britânicos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: xx-small;">[Fonte: Esta proclamação foi publicada originalmente no dia 11 de Setembro, através dum edital que continha tanto a versão original em inglês como a respectiva tradução em português, que acima transcrevemos. Curiosamente, consta na última página (de 3) do edital original que o mesmo tinha sido impresso na </span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: xx-small;">Impressão Régia (título que, <a href="http://asinvasoesfrancesas.blogspot.com/2011/08/aviso-sobre-chegada-ao-rio-de-janeiro.html">como já referimos</a>, o Governo francês chefiado por Junot tinha substituído pelo de <i>Impressão Imperial e Real</i>), sendo assim, pelo menos aparentemente, o primeiro documento que foi publicado novamente com o seu antigo título. </span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: xx-small;">A referida versão em inglês foi publicada posteriormente <i>in </i></span><a href="http://books.google.com/books?id=QQoSAAAAYAAJ&hl=pt-PT&pg=PA1#v=onepage&q&f=false" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: x-small;"><i>Copy of the Proceedings upon the Inquiry relative to the Armistice and Convention, &c. made and conclued in Portugal, in August 1808, between The Commanders of the British and French Armies</i></a><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: xx-small;">, London, House of Commons Papers, 31st Jannuary 1809, p. 195 (doc. 86). Em português, a proclamação foi também publicada no </span><a href="http://books.google.pt/books?id=8lQPAAAAIAAJ&hl=pt-PT&pg=PA331#v=onepage&q&f=false" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: x-small;"><i>Correio Braziliense</i><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: xx-small;">, Londres, Outubro de 1808</span></a><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: xx-small;">, pp. 408-409; e posteriormente, em pelo menos outras duas fontes: </span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: xx-small;"><a href="http://www.archive.org/stream/collecodostrata10portgoog#page/n10/mode/2up">Julio Firmino Judice Biker, <i>Supplemento á Collecção dos Tratados, Convenções, Contratos e Actos Públicos celebrados entre a Corôa de Portugal e as mais Potências desde 1640 - Tomo XVI</i>, Lisboa, Imprensa Nacional, 1878</a>, pp. 241-243 (contém o texto original em inglês e a tradução em português); e </span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: xx-small;">Simão José da Luz Soriano, <i>História da Guerra Civil e do Estabelecimento do Governo Parlamentar em Portugal. Compreendendo a História Diplomática, Militar e Política deste Reino, desde 1777 até 1834 – Segunda Época - Tomo V – Parte I</i>, Lisboa, Imprensa Nacional, 1893, pp. 120-121. Finalmente, devemos mencionar que no Arquivo Histórico Militar encontra-se uma cópia manuscrita deste documento traduzido para o francês (cota: </span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: xx-small;"><a href="http://www.infogestnet.com/registo.aspx?id=130863,http://infogestnet.dyndns.info/InfoGestNet-AHM-GP/InfoGestNet-Pesquisa.asmx,&grupoarquivo=43&arquivo=AHM%20-%20Da%20Guerra%20Peninsular%20%C3%A0%20Regenera%C3%A7%C3%A3o&texto=1808,%20Setembro&tipo=registo">PT AHM/DIV/1/14/162/41</a></span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: xx-small;">)]. </span></div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: xx-small;"><br /></span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">_________________________________________________________</span></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Notas:</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<b style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><span class="Apple-style-span" style="color: yellow;">* </span></b><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Deve notar-se que, nesta data, apesar de já terem começado a surgir rumores sobre a Convenção (só depois chamada <i>de Sintra</i>) que os franceses tinham assinado com os britânicos, o grande público ignorava completamente o conteúdo exacto dos artigos da dita convenção, que eram </span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">então</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; text-align: -webkit-auto;"> </span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">conhecidos, em toda a sua extensão, por pouquíssimas pessoas (entre as quais se contavam o General Bernardim Freire de Andrade, o seu Ajudante de Ordens, e todos ou pelo menos alguns dos membros da Junta de Governo do Porto. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<b style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><span class="Apple-style-span" style="color: yellow;">*</span></b><b style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><span class="Apple-style-span" style="color: yellow;">* </span></b><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Através das ordens publicadas <a href="http://asinvasoesfrancesas.blogspot.com/2011/09/ordem-do-dia-do-exercito-frances-em.html">no dia 6 de Setembro</a> e <a href="http://asinvasoesfrancesas.blogspot.com/2011/09/ordem-do-dia-do-exercito-frances-em_07.html">no dia seguinte</a>. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div>
Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4490401134034277756.post-20533991974189661272011-09-10T10:30:00.000+01:002011-12-04T14:32:39.505+00:00Edital da Junta do Porto sobre a organização do Corpo de Cavalaria da Guarnição do Porto (10 de Setembro de 1808)<div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;"><img src="http://books.google.com/books?id=L9FOAAAAYAAJ&hl=pt-PT&hl=pt-PT&pg=PT152&img=1&zoom=3&sig=ACfU3U2tOAwqF8125ActlWA7kDKKp_9i1Q&ci=36%2C39%2C898%2C1464&edge=0" /></div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: xx-small;">[Fonte: <a href="http://books.google.com/books?id=L9FOAAAAYAAJ&hl=pt-PT&pg=PT8#v=onepage&q&f=false"><i>Collecçaõ de papeis officiaes da Junta Provisional do Governo Supremo, e de varias pastoraes, e proclamaçoens, desta cidade do Porto, e de outras partes do Reino, e ainda dos estrangeiros</i>, Porto, Typographia de Antonio Alvarez Ribeiro, 1808</a>].</span></div><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: xx-small;"><br />
</span></div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4490401134034277756.post-92007632839806434382011-09-10T09:50:00.003+01:002012-02-10T20:20:00.826+00:00Carta do General Bernardim Freire de Andrade ao General Dalrymple (10 de Setembro de 1808)<div><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><b><br />
</b></span><br />
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><div><div style="text-align: justify;"><div><div><div><div><div><div><div style="text-align: right;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Times New Roman';"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Quartel-General, Mafra, 10 </span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">de Setembro de 1808.</span></span></span></div></div></div></div></div></div></div></div><div style="text-align: justify;"><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span><br />
<div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Ilustríssimo e Excelentíssimo Senhor:</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Acabo de receber <a href="http://asinvasoesfrancesas.blogspot.com/2011/09/carta-do-bispo-do-porto-ao-general_07.html">ordens da Junta do Governo Supremo Provisional estabelecida na cidade do Porto</a>, que determinam [que] combine com Vossa Excelência a parte que devo ter na entrada e ocupação de Lisboa, como também sobre a posição e comportamento, tanto do Exército do meu comando, como de todas as mais tropas portuguesas que se acham empregadas em qualquer parte deste Reino, e principalmente das que estão [empregadas] no bloqueio de Almeida; e que em consequência do que ajustar com Vossa Excelência, assim o faça observar pelas sobreditas tropas, expedindo para isso as ordens necessárias. E como tudo isto exige detalhes e combinações que se devem prosseguir sem interrupção, torno a enviar junto a </span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Vossa Excelência o Major Aires Pinto, oficial da minha particular confiança, e a quem en</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">carrego de tratar sobre os mesmos assuntos, e de me comunicar o que se ajustar, para que eu possa expedir as ordens convenientes da forma que pela sobredita Junta de Governo se me determina.</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Deus guarde Vossa Excelência.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Quartel-General de Mafra, 10 de Setembro de 1808.</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Muito atento e respeitoso servidor</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">,</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><i>Bernardim Freire de Andrada </i>[<i>sic</i>].</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><i><br />
</i></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: xx-small;">[Fonte: </span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: xx-small;">Luís Henrique Pacheco Simões (org.), "Serie chronologica da correspondencia diplomatica militar mais importante do General Bernardim Freire de Andrade, Commandante em Chefe do Exercito Portuguez destinado ao resgate de Lisboa com a Junta Provisional do Governo Supremo estabelecido na cidade do Porto e o Quartel General do Exercito Auxiliar de S. Magestade Britanica em Portugal", in </span><i style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: x-small;">Boletim do Arquivo Histórico Militar - Vol. II</i><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: xx-small;">, 1931, pp. 3-77, p. 58 (doc. 101). </span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: xx-small;">Este texto foi originalmente publicado em inglês, in </span><a href="http://books.google.com/books?id=QQoSAAAAYAAJ&hl=pt-PT&pg=PA1#v=onepage&q&f=false" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: x-small;"><i>Copy of the Proceedings upon the Inquiry relative to the Armistice and Convention, &c. made and conclued in Portugal, in August 1808, between The Commanders of the British and French Armies</i></a><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: xx-small;">, London, House of Commons Papers, 31st Jannuary 1809, p. 210 (doc. 117)].</span><br />
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: xx-small;"><br />
</span></div></div></div><div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Times New Roman';"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Times New Roman';"></span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Times New Roman';"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Times New Roman';"></span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Times New Roman';"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Times New Roman';"></span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><div><div></div></div></div></div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4490401134034277756.post-75793442113966882542011-09-10T09:45:00.002+01:002012-02-10T20:22:32.841+00:00Instruções do General Bernardim Freire de Andrade ao Major Aires Pinto de Sousa (10 de Setembro de 1808)<div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><div><div style="text-align: justify;"><div><div><div><div><div><div><div style="text-align: right;"><div style="text-align: -webkit-auto;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><b><br />
</b></span></div></div></div></div></div></div></div></div></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">O Senhor Major Aires Pinto de Sousa Coutinho passará imediatamente ao Quartel-General do Exército inglês, estabelecido em Oeiras, a fim de tratar com o General em Chefe do sobredito Exército, e <a href="http://asinvasoesfrancesas.blogspot.com/2011/09/carta-do-bispo-do-porto-ao-general_07.html">na conformidade do que se me determina pela Junta do Governo Supremo Provisional estabelecido na cidade do Porto</a>, dos seus objectos:</span><br />
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span><br />
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">1.º Combinar a parte que devo ter na entrada e ocupação de Lisboa: sobre este este assunto deve o Sr. Aires Pinto saber que, tendo-me requerido o General em Chefe do Exército inglês um destacamento de três mil homens, que deveria entrar em Lisboa com outro destacamento maior, que comanda o Tenente-General inglês Hope, se mandou reunir este Corpo em Bucelas, aonde deve ficar hoje; que este Corpo, que será comandado pelo Brigadeiro Manuel Pinto Bacelar, se compõe de um Batalhão de Infantaria escolhida dos três Regimentos de Almeida, Penamacor e Bragança, da força de quinhentos homens; de outro Batalhão espanhol de igual força; dos Corpos que comanda o Brigadeiro Marquês de Valladares; de um Batalhão de igual força do Regimento n.º 18, ou 2.º do Porto; de outro de igual força do Corpo do Regimento de Infantaria n.º 21, ou Valença; e de toda a Infantaria da Guarda Real da Polícia, que aqui se tem juntado, e que se mandou logo organizar do mesmo modo que o estava antes de abandonar Lisboa, a fim de poder ser logo empregada, como parece conveniente a todos os respeitos, no mesmo serviço que fazia naquela capital; fazendo-se muito necessário que se mande logo incorporar a este Corpo uns cento e tantos soldados que se farão reunir a Sintra ao Exército inglês, e que ainda ali se conservam. O Corpo de Cavalaria se compõe de toda a Cavalaria da Polícia, que se manda reorganizar do mesmo modo e com as mesmas vistas; de dois esquadrões completos do Regimento de Cavalaria n.º 6; de uma Companhia de Cavalaria espanhola que nos tem acompanhado; e de oitenta cavalos do Exército do Brigadeiro Bacelar; o que fará ao todo uns quatrocentos e tantos cavalos; [e] finalmente de um destacamento de Artilharia, com 2 peças de 6 e 4 de 3. Sobre este objecto há [ade]mais que considerar que este destacamento não deve entrar em Lisboa antes da evacuação do Exército francês; mas que logo que ela se fizer, parece conveniente que o comando militar da cidade de Lisboa se incumba a um General português.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span><br />
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">2.º Quanto às participações relativas às guarnições das praças de Almeida, Peniche, Elvas, etc., e sua ocupação, que deve lembrar-se, que todas estas coisas devem ser feitas pelo General em Chefe do Exército inglês e por tropas inglesas, em virtude do que se acha estipulado na <a href="http://asinvasoesfrancesas.blogspot.com/2011/08/convencao-definitiva-para-evacuacao-de.html">Convenção definitiva</a>, e que a nós só nos pode pertencer avisar as tropas que as bloqueiam, do que se acha estipulado; porém, lembra-me a necessidade que há de não retardar a ocupação de Almeida, não só pelo perigo que há de que alguma divisão francesa vinda de Espanha, visto que este país se acha ainda ocupado por eles, se dirija para ali, como pela necessidade que há por este motivo de aprovisionar logo, e guarnecer convenientemente esta praça, que eles hão de deixar no maior abandono, como fazem em toda a parte; não serão precisas grandes forças para esta ocupação, e as mesmas tropas destinadas para esta diligência poderiam servir de escolta à guarnição que, conforme os termos do Tratado, deve ir embarcar no Porto, fazendo-se substituir por tropas portuguesas, que se poderiam pôr ao seu alcance para este efeito, logo que isto se combine e ajuste com o mesmo General em Chefe inglês, como agora se pretende. </span><br />
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span><br />
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Quartel-General de Mafra, 10 de Setembro de 1808.</span><br />
<div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Muito atento e respeitoso servidor</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">,</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><i>Bernardim Freire de Andrada </i>[<i>sic</i>].</span></div><div><br />
<div><div><b style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</b></div><div><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: xx-small;">[Fonte: Luís Henrique Pacheco Simões (org.), "Serie chronologica da correspondencia diplomatica militar mais importante do General Bernardim Freire de Andrade, Commandante em Chefe do Exercito Portuguez destinado ao resgate de Lisboa com a Junta Provisional do Governo Supremo estabelecido na cidade do Porto e o Quartel General do Exercito Auxiliar de S. Magestade Britanica em Portugal", in </span><i style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: x-small;">Boletim do Arquivo Histórico Militar - Vol. II</i><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: xx-small;">, 1931, pp. 3-77, pp. 59-60 (doc. 102)].</span> </div></div></div><div><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: xx-small;"><br />
</span></div></div></div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4490401134034277756.post-42902285243361812312011-09-10T09:40:00.003+01:002012-02-10T20:23:13.716+00:00Carta do General Bernardim Freire de Andrade ao Almirante Charles Cotton (10 de Setembro de 1808)<div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><b><br class="Apple-interchange-newline" /></b></span></div><div><div style="text-align: justify;"><div><div><div><div><div><div><div style="text-align: right;"><div style="text-align: -webkit-auto;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; text-align: justify;">Ilustríssimo e Excelentíssimo Senhor:</span></div></div></div></div></div></div></div></div></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span><br />
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Não havendo sido requerida a minha concorrência, em qualidade de Comandante em Chefe do Exército português destinado a obrar de acordo com o Exército inglês, para a conclusão do <a href="http://asinvasoesfrancesas.blogspot.com/2011/08/convencao-definitiva-para-evacuacao-de.html">Tratado estipulado entre o General Dalrymple e o General francês Junot</a>, e tendo sobre muitos dos seus artigos <a href="http://asinvasoesfrancesas.blogspot.com/2011/09/carta-do-general-bernardim-freire-de_04.html">feito de ofício as minhas observações</a>, e até <a href="http://asinvasoesfrancesas.blogspot.com/2011/09/protesto-do-general-bernardim-freire-de.html">protestado solenemente contra muitos deles</a>, como ofensivos da Soberania, independência, segurança e interesses deste Reino, não me restando outro algum meio legal para obstar as contínuas e insuportáveis depredações cometidas pelos franceses, com manifesta violação daquela mesma Capitulação tão vantajosa que propuseram e alcançaram da excessiva generosidade do Comandante em Chefe das tropas britânicas; tenho a honra de rogar a Vossa Excelência [para que] queira ouvir </span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><a href="http://asinvasoesfrancesas.blogspot.com/2011/09/carta-de-jose-de-abreu-campos-juiz-do_2174.html">as reclamações que o Juiz do Povo, em nome de toda a população da capital, apresentará a Vossa Excelência</a>, a respeito dos roubos e hostilidades de mil maneiras cometidas pelos franceses, em manifesta infracção do referido Tratado; ficando eu certo em que </span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Vossa Excelência as tomará em consideração, como fazendo nisso um muito particular serviço, assim ao Príncipe Regente meu amo como a este Reino, que certamente não verá sem grande desprazer roubar a capital debaixo da garantia e protecção da bandeira inglesa, cujos generosos auxílios vieram tão gloriosa como poderosamente apoiar os seus esforços por libertar este país do pesado jugo que o oprimia; e para que Vossa Excelência conheça quais foram <a href="http://asinvasoesfrancesas.blogspot.com/2011/09/protesto-do-general-bernardim-freire-de.html">as minhas protestações</a>, tenho a honra de as remeter a Vossa Excelência por cópia.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Deus guarde a Vossa Excelência muitos anos.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Q</span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">uartel-General de Mafra, 10 de Setembro de 1808.</span><br />
<div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">O mais reverente e atento servidor</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">,</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><i>Bernardim Freire de Andrada </i>[<i>sic</i>].</span></div><div><br />
<div><div><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: xx-small;">[Fonte: Luís Henrique Pacheco Simões (org.), "Serie chronologica da correspondencia diplomatica militar mais importante do General Bernardim Freire de Andrade, Commandante em Chefe do Exercito Portuguez destinado ao resgate de Lisboa com a Junta Provisional do Governo Supremo estabelecido na cidade do Porto e o Quartel General do Exercito Auxiliar de S. Magestade Britanica em Portugal", in </span><i style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: x-small;">Boletim do Arquivo Histórico Militar - Vol. II</i><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: xx-small;">, 1931, pp. 3-77, p. 60 (doc. 103)].</span></div></div></div><div><br class="Apple-interchange-newline" /></div></div></div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4490401134034277756.post-63456948565607866952011-09-10T09:35:00.001+01:002012-02-10T20:23:36.695+00:00Carta do General Wellesley ao Brigadeiro Manuel Pinto Bacelar (10 de Setembro de 1808)<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br class="Apple-interchange-newline" /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><div style="text-align: right;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Lisboa, 10 de Setembro de 1808.</span></div><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span><br />
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Senhor:</span><br />
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span><br />
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Recebi ordem do Comandante em Chefe do Exército inglês de marcar um lugar no qual podeis tomar [o] vosso terreno na vizinhança das tropas inglesas debaixo do meu comando, que estão em Santo António do Tojal; parece-me que a mais conveniente posição que vos podeis tomar é na vizinhança do Zambujal</span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">, com a vossa direita para a parte do rio Trancão.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span><br />
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">P.S. O Quartel-Mestre-General do Departamento irá consequentemente para marcar o terreno aonde vos deveis mandar um oficial para o ver.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Eu tenho a honra de ser vosso obediente e mais humilde criado.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span><br />
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><i>Wellesley</i></span><br />
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span><br />
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span><br />
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Está conforme com o original, </span><br />
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><i>Agostinho António da Fonseca e Costa</i>,</span><br />
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Sargento mor de Infantaria, Secretário do Exército de Observação.</span><br />
<div><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><div><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: xx-small;">[Fonte: O texto original desta carta não se encontra na correspondência publicada de Arthur Wellesley, pelo que transcrevemos a tradução publicada por Luís Henrique Pacheco Simões (org.), "Serie chronologica da correspondencia diplomatica militar mais importante do General Bernardim Freire de Andrade, Commandante em Chefe do Exercito Portuguez destinado ao resgate de Lisboa com a Junta Provisional do Governo Supremo estabelecido na cidade do Porto e o Quartel General do Exercito Auxiliar de S. Magestade Britanica em Portugal", in </span><i style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: x-small;">Boletim do Arquivo Histórico Militar - Vol. II</i><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: xx-small;">, 1931, pp. 3-77, p. 58 (doc. 100)].</span><br />
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: xx-small;"><br />
</span></div></div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4490401134034277756.post-9636133666026140042011-09-10T09:30:00.001+01:002012-02-10T20:24:09.946+00:00Carta do General Wellesley ao General Bernardim Freire de Andrade (10 de Setembro de 1808)<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br class="Apple-interchange-newline" /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><div style="text-align: right;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">10 de Setembro de 1808.</span></div><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span><br />
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Senhor:</span><br />
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span><br />
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Tenho a honra de vos informar que, segundo ordem do Comandante em Chefe, determinei que o corpo </span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">português comandado pelo Brigadeiro-General Bacelar </span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">esteja posicionado no Zambujal, perto de St. António do Tojal</span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">, antes da sua marcha para Lisboa.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Tenho a honra de ser o vosso mais obediente e humilde servidor,</span><br />
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span><br />
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><i>Arthur Wellesley</i></span><br />
<div><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><div><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: xx-small;">[Fonte: Luís Henrique Pacheco Simões (org.), "Serie chronologica da correspondencia diplomatica militar mais importante do General Bernardim Freire de Andrade, Commandante em Chefe do Exercito Portuguez destinado ao resgate de Lisboa com a Junta Provisional do Governo Supremo estabelecido na cidade do Porto e o Quartel General do Exercito Auxiliar de S. Magestade Britanica em Portugal", in </span><i style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: x-small;">Boletim do Arquivo Histórico Militar - Vol. II</i><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: xx-small;">, 1931, pp. 3-77, p. 57 (doc. 99)].</span></div></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4490401134034277756.post-66223759304960232382011-09-10T09:15:00.001+01:002012-02-15T10:45:32.940+00:00Carta do General Wellesley ao General Dalrymple (10 de Setembro de 1808)<div style="text-align: right;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Zambujal, 10 de Setembro de 1808.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Senhor:</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Tive a honra de receber, durante a noite, <a href="http://asinvasoesfrancesas.blogspot.com/2011/09/carta-do-general-dalrymple-ao-general_2319.html">a carta que me haveis escrito ontem</a>. Sempre tive a vontade de ser tão útil quanto possa para o oficial sob cujo comando posso estar a servir; e este desejo é apenas limitado pela dúvida que posso ter sobre a minha capacidade para o emprego que me é oferecido. As observações que tenho tomado sobre o estado das circunstâncias na Espanha já me tinham sugerido há algum tempo que era apropriado colocar naquele reino uma pessoa com as características que haveis referido, possuindo plenos poderes, meios de exercê-los em todas as partes da Espanha, e de comunicar e tratar com todas as Juntas de governo locais.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">De forma a poder realizar a importante tarefa que lhe é atribuída, esta pessoa deve possuir a confiança de quem o empregue; e, acima de tudo, de forma a poder recomendar, com autoridade, um plano para os espanhóis, tal pessoa deve ser informada dos planos daqueles que o empreguem, e dos meios através dos quais tencionam habilitar a nação espanhola a executar aquele plano que lhes seria proposto.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Não posso certamente considerar-me possuidor de tais vantajosas características, que me poderiam qualificar para a situação que me haveis proposto; e deveis ser o melhor juiz para decidirdes se estais disposto a instruir-me, e se estais inclinado a confiardes em mim, para tudo o que seja necessário dar a minha opinião, de modo a obter qualquer vantagem geral de tal missão. É verdade que poder-se-ia encarregar alguém com vistas e objectivos mais limitados do que aqueles que acima vos aludo, e que são discutidos na carta que me haveis dado a honra de receber da vossa parte; e que poderiam ser limitados a meros ajustes com o General Castaños ou com a comissão militar em Madrid, sobre um plano para a restante parte da campanha. Esta missão, contudo, requererá uma explicação clara e completa dos objectivos e dos meios; e a pessoa que de tal se encarregar deve ter a confiança de quem o empregue, e deve estar segura que o plano que ajustará nestas circunstâncias será posto em execução.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Rogo para me considerardes pronto a ser empregado de qualquer forma que acheis apropriada; e acima indiquei os poderes e instruções que por si só podem, na minha opinião, tornar o emprego de qualquer pessoa, na posição que me haveis oferecido, bastante vantajoso para o exército ou para o país.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Tenho a honra de ser, etc., </span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><i>Arthur Wellesley</i></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: xx-small;">[Fonte: Lieut. Colonel Gurwood (org.), <a href="http://books.google.com/books?id=XSMwAAAAMAAJ&hl=pt-PT&pg=PA1#v=onepage&q&f=false"><i>The Dispatches of Field Marshal the Duke of Wellington, K. G. during his various campaigns in India, Denmark, Portugal, Spain, the Low Countries, and France, from 1799 to 1818 – Volume Fourth</i></a>, London, John Murray, 1835, pp. 138-139].</span><br />
<div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: xx-small;"><br />
</span></div></div><div style="text-align: justify;"></div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4490401134034277756.post-7224635576562457952011-09-10T09:00:00.006+01:002011-12-04T14:17:58.168+00:00Notícias publicadas no primeiro número da Gazeta do Rio de Janeiro (10 de Setembro de 1808)<div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><i><br />
</i></span></div><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><i><br />
</i></span></div><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><i>Rio de Janeiro, a 10 de Setembro de 1808.</i></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><i><br />
</i></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><i><br />
</i></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">A Europa devia prever há muito a sorte do <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Papa_Pio_VII">Sumo Pontífice</a>, especialmente desde que foi obrigado a ir a Paris e a assinar a <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Concordat_of_1801">Concordata</a>. O Santo Padre viu enfim que nada conseguia pela moderação evangélica que até aqui o caracterizava, e que a causa da religião exigia a nobre resolução que tomou. O capitólio tão celebrado na História não podia escapar por mais tempo aos desígnios do Imperador dos franceses. Roma deve suscitar-lhe muitas lembranças. A divisa do povo italiano acha-se neste verso de <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Vittorio_Alfieri">Alfieri</a>!</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><i>Siam servi si, má servi ognor frémenti. </i></span></div><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">[<i>Sejamos servos, sim, mas servos sempre trémulos</i>].</span></div><div style="text-align: justify;"><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Ainda que estivéssemos preparados para acontecimentos desta natureza, quase que não pensávamos ver derrubar ao mesmo tempo o trono dos Papas, e roubar o da Espanha, a mais antiga Dinastia da Europa. O Governo francês ainda há pouco engodava a Prússia enquanto atacava a Áustria, enganava a Áustria enquanto combatia com a Prússia e Rússia, fazia protestações de amizade a Portugal, e disfarçava com a Espanha enquanto tinha a contender com as principais Potências do Norte, mandava a Rússia invadir a Suécia enquanto se apoderava da Dinamarca; mas agora empreende juntamente a conquista do Indostão, a ocupação da Pérsia, a desmembração do Império Otomano, a invasão da Sicília, da Suécia, da Espanha, a sujeição de Portugal, a usurpação dos bens e privilégios da Igreja, a <i>protecção </i>da América espanhola. Se ainda pudesse haver uma só pessoa que acreditasse de boa fé a doutrina francesa, bastariam estes factos para lhe abrir de todo os olhos; mas a rebelião de Constantinopla, os levantamentos e emigrações continuadas dos leais portugueses, a resistência de todos os espanhóis, cujo carácter sério e persistente é bem conhecido, a magnânima resolução de Sua Santidade, e o procedimento da Casa de Áustria são provas evidentes de que a Europa não crê mais em enganos.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">O <i><a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Le_Moniteur_Universel">Monitor</a></i> continua de vez em quando a ameaçar os incrédulos. Não há muito tempo que dizia que brevemente não restaria outro recurso a El-Rei de Suécia senão de ir reinar para alguma parte da América. Se esta frase do <i>Monitor</i> envolvesse alguma insinuação a nosso respeito, responder-se-lhe-ia: "Reinamos na melhor porção da América, e a prova disso são os sábios Actos do Governo do Nosso Amado Soberano. O Príncipe Regente Nosso Senhor imediatamente depois da sua chegada <a href="http://asinvasoesfrancesas.blogspot.com/2011/02/carta-de-abertura-dos-portos-as-nacoes.html">mandou abrir os portos destes seus Domínios ao Livre Comércio de todas as Nações Amigas</a>, e <a href="http://asinvasoesfrancesas.blogspot.com/2011/05/manifesto-da-corte-portuguesa.html">declarou guerra àquela que invadiu aleivosamente o património que transmitiu o primeiro dos nossos Reis à sua Augusta Família Real</a>, na cessão da qual jamais consentirá, e sobre o qual conservará sempre os mesmos direitos que tem ao vasto Império que herdou do Senhor Rei D. Manuel.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Entrou neste porto a 19 do passado [mês] uma fragata inglesa, vinda de Gibraltar, que trouxe as importantes notícias que se seguem. Em Cádis, depois de um renhido fogo das barcas canhoeiras e fortalezas, <a href="http://asinvasoesfrancesas.blogspot.com/2011/06/rendicao-incondicional-da-esquadra-de.html">ficou prisioneira a esquadra francesa</a> com perda de mais de mil homens, entre os quais se comprehendem muitos Oficiais. Murat acha-se cercado no <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Jardins_do_Retiro_de_Madrid">sítio do Bom Retiro</a> [<i>sic</i>]. Todas as províncias da Espanha têm pegado em armas contra a tirania do Perturbador do Género Humano. As tropas francesas, que se acham dispersas, estão na maior consternação. O nosso fiel Aliado El-Rei da Grande </span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">[<i>sic</i>] </span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Bretanha tem prestado todos os socorros aos espanhóis. A <a href="http://asinvasoesfrancesas.blogspot.com/2011/06/declaracao-de-guerra-da-junta-suprema.html">Junta do Governo Provisório estabelecida em Sevilha declarou guerra à França</a>, e ajustou um armistício com os Chefes ingleses. Os nossos leais compatriotas manifestam o mesmo espírito, e já recobraram a importante posição de Elvas. O General Junot refugiou-se no Castelo de S. Jorge e dali oferece capitular. A cidade do Porto arvorou a Bandeira portuguesa.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Correu aqui notícia vinda por pedestres de <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Goi%C3%A1s">Goiazes</a> [<i>sic</i>], que os franceses, tendo feito um desembarque no Pará com aparências de amizade, o Capitão General os rechaçara completamente, ficando vivos só os prisioneiros; porém, isto ainda merece confirmação.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Igualmente correu voz que um corsário francês desembarcara 20 homens na costa do Pará ou Maranhão para procurar à força mantimentos, e que toda essa gente fora morta, ou feita prisioneira; tendo-se feito à vela o corsário bem embaraçado no porto em que tocaria, pois Caiena se diz bloqueada por duas fragatas inglesas.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: xx-small;">[Fonte: <a href="http://objdigital.bn.br/acervo_digital/div_periodicos/gazeta_rj/gazeta_rj_1808/gazeta_rj_1808_001.pdf"><i>Gazeta do Rio de Janeiro</i>, n.º 1, 10 de Setembro de 1808</a>].</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4490401134034277756.post-14635866171804155032011-09-09T15:00:00.000+01:002013-04-26T12:24:59.639+01:00Carta do Tenente-Coronel Murray ao General Bernardim Freire de Andrade (9 de Setembro 1808)<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: right;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">No campo, 9 de Setembro de 1808.</span></div>
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span><br />
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span><br />
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Estou bastante triste, meu General, por não ter sabido que Vossa Excelência foi ao Quartel-General [britânico] ontem, pois teria tido um verdadeiro prazer em vos rever, e não teria deixado de aproveitar uma ocasião tão boa para voltar a assinalar o meu respeito por vós. </span><br />
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Podereis esperar, meu General, que em tudo o que dependa de mim, a boa inteligência entre as duas Potências será mantida. Eu não sei fazer muito, mas deve-se esperar que não serão necessários grandes esforços. Por aquilo que se diz, as nossas tropas deverão entrar em breve na capital. </span><br />
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Duas divisões já receberam ordens para estarem prontas a marchar. </span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Espero que cheguem a tempo de secundar os esforços louváveis de Vossa Excelência, porque seria uma verdadeira infelicidade se ocorressem tumultos na capital. </span><br />
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Creio que as nossas tropas reunir-se-ão com prazer aos habitantes, a menos que estes estejam sob as armas.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Tenho a honra de ser, meu General, o vosso servidor mais humilde e mais obediente,</span><br />
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span><br />
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><i>Murray.</i></span><br />
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: xx-small;">[Fonte: Luís Henrique Pacheco Simões (org.), "Serie chronologica da correspondencia diplomatica militar mais importante do General Bernardim Freire de Andrade, Commandante em Chefe do Exercito Portuguez destinado ao resgate de Lisboa com a Junta Provisional do Governo Supremo estabelecido na cidade do Porto e o Quartel General do Exercito Auxiliar de S. Magestade Britanica em Portugal", in </span><i style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: x-small;">Boletim do Arquivo Histórico Militar - Vol. II</i><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: xx-small;">, 1931, pp. 3-77, p. 57 (doc. 98)].</span><br />
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: xx-small;"><br />
</span></div>
Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4490401134034277756.post-88906103903211347412011-09-09T14:00:00.001+01:002012-02-15T11:41:28.651+00:00Carta do General John Hope ao General Dalrymple (9 de Setembro de 1808)<div style="text-align: justify;"><br />
<div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br class="Apple-interchange-newline" /></span></div><div style="text-align: right;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Lisboa, 9 de Setembro de 1808 </span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Caro Senhor: </span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Tive a honra de receber ontem as vossas ordens, acompanhadas pela carta do Ajudante General do dia 7, mandando que me dirigisse para Lisboa, para ajustar com o General francês diversos pontos relativos à ocupação da cidade pelas tropas britânicas. Recebi também a vossa comunicação sobre os passos que foram dados pelo actual Governo do Porto. </span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Ainda não consegui comunicar-me com os Oficiais que foram nomeados para combinarem comigo o tempo e o modo da ocupação pelas tropas, mas espero que durante o dia de hoje serei capaz de vos escrever sobre este assunto. </span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Depois de ter reflectido maduramente sobre os diversos tópicos que me haveis dado a honra de comunicar, tomo a liberdade de vos submeter as minhas ideias, embora o faça com aquela falta de confiança que devo sentir sobre um assunto em grande medida novo para mim, e sobre o qual mal tive tempo suficiente para obter a informação necessária.</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Não é importante inquirir agora se os ressentimentos aparentes dos chefes do Exército português poderiam ter sido evitados ou não, pois são completamente infundados, e tão infantis como destituídos de fundamento. Tampouco é provável que qualquer ofensa que possam sentir poderia vir a exercer uma influência importante nas disposições finais do país, quando se ver que a intenção genuína<i> </i>do Comandante das Forças britânicas, ao executar as instruções do seu Governo, é recolocar a Monarquia portuguesa sobre as bases em que estava, antes da irrupção do Exército francês. Parece-me que seria desejável estabelecer os seguintes princípios, a saber:</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Que se estabeleça <a href="http://asinvasoesfrancesas.blogspot.com/2009/11/regencia-instituida-26-de-novembro-de.html">a antiga e original Regência</a>, enquanto possa ser conveniente, com a adição do Bispo do Porto e daqueles outros membros que lhe possam ser conformes. Que esta Regência seja proclamada quando os franceses embarcarem completamente. Que, ainda que não se obtenha a tempo o consentimento Bispo [do Porto], o seu nome deverá ser colocado à testa do Governo, permitindo-lhe depois declinar, caso o ache melhor. Que a residência da Regência seja fixada peremptoriamente em Lisboa, pois não é provável que o povo da capital se venha a submeter a uma espécie de poder controlador, que parece ser a vontade daqueles que o lançaram nas mãos do Governo Provisório do Porto; e existem razões para recear que poderão esperar-se </span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">as piores e mais graves consequências,</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"> caso se adopte </span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">uma linha de conduta contrária</span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">. </span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">É extremamente natural que, ao pensarem em fixar-se </span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">no Porto </span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">– </span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">apoiados pela popularidade e reverência que os últimos acontecimentos e que as circunstâncias locais envolveram o seu Governo, sustentando nas suas mãos os recursos das províncias do norte, retendo aquele grau de influência que a nomeação duma Regência lhes dará, e afastando-se de qualquer contacto próximo com o Poder britânico </span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">– , </span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">o</span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"> Bispo e aqueles que são os seus conselheiros concebem que lucrarão infinitamente mais, </span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">tanto em influência real como substancial, do que poderiam perder num lugar glorioso e ostensivo [como Lisboa].</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Contudo, devo sustentar que tal proposição é completamente incompatível com o bem-estar futuro do país. Penso que razões similares tornam extremamente desejável que a nomeação da Regência não seja um acto do Governo do Porto, mas sim dos Comandantes britânicos, os quais, ao executarem este acto, devem apenas aparentar reestabelecer o Governo deixado pelo Príncipe Regente, aquando da sua retirada para o Brasil.</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Parece-me perfeitamente claro que a restauração desse Governo é tanto o efeito dos esforços feitos pela Grã-Bretanha, quanto o resultado do sucesso que as suas armas tiveram em Portugal, como ainda de qualquer outro acontecimento que marcou o nosso progresso neste país; e que nem o Governo português nem qualquer indivíduo que seja pode censurar razoavelmente qualquer medida, ainda que pesada, que o Comandante britânico pode ter achado necessário tomar, de forma a completar o reestabelecimento de tudo sobre as bases que estavam fixadas pelo Príncipe de Portugal, sujeitas sempre à sua futura vontade.</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Ademais, parece-me que a prossecução dos ajustes do Governo </span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">sem qualquer referência que seja aos actuais interesses locais</span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">, está completamente em conformidade com as instruções que me haveis dado a honra de comunicar; e este princípio é tão amplo que, se não me engano, tendes, perante determinadas circunstâncias, o poder de assumir o Governo do país nas vossas próprias mãos, até que se recebam instruções adicionais da Grã-Bretanha.</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Sem recorrer a este último extremo, é aconselhável que se comece a ajustar um Governo que seja favorável às principais autoridades do norte de Portugal, através da inclusão dos nomes de quatro membros da Junta original que se tenham mantido fiéis aos interesses da Monarquia, e colocando Bispo do Porto à sua testa; e acrescentando aqueles outros nomes que este último possa achar aceitáveis, depois de se ter comunicado com o seu agente, D. Luís de Sequeira<span class="Apple-style-span" style="color: yellow;"><b>*</b></span>.</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Segundo as circunstâncias acima mencionadas, não posso deixar de crer que é da maior importância que o Almirante [Charles Cotton] e vós próprio deveis, a partir deste momento, considerar como inadmissíveis quaisquer interferências por parte dos portugueses nos negócios do Governo, para além daquelas que poderão ser necessárias para o dispor nas mãos de magistrados inferiores, até que a Regência esteja completamente estabelecida; que o estabelecimento de tal corpo deve ser uma acção inteiramente vossa; que se deve confessar sensatamente que como a libertação do país dum Exército estrangeiro, e a oportunidade, que agora se apresenta, de restaurar a Monarquia portuguesa, foram conquistas do poderio militar britânico, o Governo britânico tem o direito, e os Comandantes britânicos o dever, de dispor o Governo naqueles que pareçam mais aptos para conservar a paz da capital, assegurar a prosperidade de todo o país e possuir a confiança do Príncipe. Que, ao levarem estas medidas a efeito, os comandantes britânicos não actuam por outros interesses senão aqueles que são puramente portugueses. Que no momento em que a Regência esteja estabelecida, toda a interferência militar tornar-se-á desnecessária, e terminará; mas até que chegue esse momento, e até que a paz e a subsistência da capital possa ser garantida, tomar-se-ão as medidas mais efectivas e imediatas para garantir a tranquilidade através de meios militares, e todos aqueles que ofendam a paz pública serão punidos com a severidade mais rigorosa. </span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Ademais sugiro, como consequência da ideia acima mencionada, que </span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">não se deve permitir que parte alguma do Exército português entre em Lisboa</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"> até que as tropas francesas embarquem completamente, e que, perante qualquer reclamação </span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">que possa ser feita pelos chefes de tal exército </span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">sobre esta medida ou sobre qualquer outro assunto ligado à nossa situação relativa actual, deve-se decidir da maneira mais resoluta a não dar espaço a assuntos que afectem tão materialmente o bem-estar deste país e a honra do Exército britânico.</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">De modo a transmitir as minhas ideias de uma forma mais precisa, escrevi um esboço duma Proclamação que deve certamente ser publicada em vosso nome e no do Almirante [Charles Cotton].</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Seja qual for a Proclamação que se adopte, esta deve ser imediatamente preparada e transmitida por alguma pessoa de confiança, e imprimida, para ser posta em circulação assim que os franceses abandonem o país; e sou da opinião que o seu teor deve ser comunicado duma forma que possa alcançar a sua concorrência, que, se for obtida, proporcionará grandes facilidades na preparação [do estabelecimento da Regência]. Tal proclamação deve ser acompanhada por outra, e por uma terceira, que será publicada em nome do Oficial que comanda as tropas, a qual deverá conter ordenanças de polícia e aqueles detalhes relativos à preservação da boa ordem, tal como pode ser necessário introduzir em mais proclamações gerais.</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Devo aqui observar que parece que há uma grande falta de pessoas cujos princípios se saibam ser bem assumidos, com os quais possa comunicar, e através dos quais possa preparar estes passos preliminares; pois receio que algumas das pessoas indicadas no papel que ontem me comunicastes não aparecerão até que os franceses partam. Se me puderdes dar alguma informação sobre este assunto, ficar-vos-ei extremamente agradecido.</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Somente me resta pedir desculpa por tomar tanto do vosso tempo sobre um assunto que tenho que reconhecer que sou um juiz muito inadequado.</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Tenho a honra de ser, etc., etc.,</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><i><a href="http://www.electricscotland.com/history/other/hope_john.htm">John Hope</a></i>,</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Tenente-General.</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: xx-small;">[Fonte: <a href="http://www.archive.org/stream/memoirwrittenbys00dalrrich#page/n5/mode/2up"><i>Memoir, written by General Sir Hew Dalrymple, Bart., of his proceedings as connected with the affairs of Spain, and the commencement of the Peninsular War</i></a>, London, Thomas and William Bone Strand., 1830, pp. 300-305]. </span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">_______________________________________________________________</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Nota: </span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><span class="Apple-style-span" style="color: yellow;"><b>* </b></span>Apesar de na cópia desta carta se ter fixado o nome de "Don Louis de Figueira" [<i>sic</i>], julgámos necessário corrigir tal nome, pois John Hope referia-se indubitavelmente ao Desembargador D. Luís de Sequeira da Gama Ayala, deputado da Junta do Porto, que, conforme as cartas que a dita Junta </span><a href="http://asinvasoesfrancesas.blogspot.com/2011/09/carta-da-junta-do-porto-ao-general.html" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">enviou a Dalrymple</a><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"> e <a href="http://asinvasoesfrancesas.blogspot.com/2011/09/carta-do-secretario-da-junta-do-porto.html">a Bernardim Freire de Andrade</a> no dia 5 de Setembro, foi</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"> enviado para Lisboa para organizar o restabelecimento da Regência. </span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Não é a primeira vez que procedemos a este tipo de rectificação, mas devemos reforçar que estes erros de fixação de nomes portugueses, tanto antropónimos como topónimos, são bastante comuns nas transcrições e traduções de muitos documentos compostos nesta época (em inglês, francês ou castelhano), que escusamos dizer que derivam de más interpretações dos nomes originais, sobretudo devido à ignorância da língua e da geografia portuguesa por parte de quem os fixou. </span></div><div><br class="Apple-interchange-newline" /></div></div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4490401134034277756.post-84045343718020136412011-09-09T13:00:00.002+01:002012-02-10T16:45:24.786+00:00Carta do General Bernardim Freire de Andrade ao Bispo do Porto (9 de Setembro de 1808)<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br class="Apple-interchange-newline" /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Ilustríssimo e Excelentíssimo Senhor:</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Tenho a honra de acusar a </span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Vossa Excelência</span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"> a recepção das suas duas cartas <a href="http://asinvasoesfrancesas.blogspot.com/2011/09/carta-do-bispo-do-porto-ao-general_04.html">em datas de 4</a> e <a href="http://asinvasoesfrancesas.blogspot.com/2011/09/carta-do-bispo-do-porto-ao-general_05.html">5 do corrente</a>, e do <a href="http://asinvasoesfrancesas.blogspot.com/2011/09/carta-do-bispo-do-porto-da-parte-da.html">ofício</a>, <a href="http://asinvasoesfrancesas.blogspot.com/2011/09/carta-da-junta-do-porto-ao-general_05.html">resolução</a> e <a href="http://asinvasoesfrancesas.blogspot.com/2011/09/assento-da-junta-provisional-do-governo.html">assento da Junta</a> em datas de 3 e 5 do corrente.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Pelo que pertence ao dito assento e às respostas que a mesma Junta dá aos quesitos que eu lhe fazia no <a href="http://asinvasoesfrancesas.blogspot.com/2011/09/carta-do-general-bernardim-freire-de_5075.html">meu ofício de 2 deste mês</a>, lisonjeio-me ter acertado os passos que as circunstâncias me forçaram a dar, com as intenções manifestadas agora pelas sobreditas ordens; pois que tendo representado e protestado contra tudo o que me pareceu atentatório à segurança e independência deste Reino, direitos da Monarquia e interesses da Nação, evitei contudo o que pudesse dar lugar a alguma aparência de dissensão </span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">entre nós e os nossos aliados, como julgaram os membros do Conselho que convoquei, e consta da <a href="http://asinvasoesfrancesas.blogspot.com/2011/09/assento-do-conselho-militar-do-exercito.html">cópia do assento n.º 1</a>. Tendo recebido do General Dalrymple <a href="http://asinvasoesfrancesas.blogspot.com/2011/09/carta-do-general-dalrymple-ao-general_3250.html">a carta de que remeto a cópia n.º 2</a>, em resposta aos <a href="http://asinvasoesfrancesas.blogspot.com/2011/09/carta-do-general-bernardim-freire-de_02.html">meus ofícios de 2</a> e <a href="http://asinvasoesfrancesas.blogspot.com/2011/09/carta-do-general-bernardim-freire-de_04.html">4 deste mês</a>, que </span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><a href="http://asinvasoesfrancesas.blogspot.com/2011/09/carta-do-general-bernardim-freire-de_7783.html">já comuniquei a Vossa Excelência</a>, apesar de ver que ele se escusava de tratar comigo sobre pontos cuja discussão, dizia ele, pertencia ao Governo do país; contudo, como na mesma carta se reconhecia como Comandante dum corpo auxiliar a este país, e se obrigava a respeitar estritamente os interesses do Príncipe Regente, a dignidade e segurança do Governo e a felicidade da Nação de que ele é o Legítimo Soberano, pareceu-me dever responder a isto num modo que pudesse adoçar as desagradáveis impressões que poderia ter causado no seu ânimo a força e energia com que me julguei obrigado a protestar contra o conteúdo no tratado que ele infelizmente tinha concluído e queria sustentar; e foi por isso que lhe dirigi <a href="http://asinvasoesfrancesas.blogspot.com/2011/09/carta-do-general-bernardim-freire-de_1388.html">a carta que consta da cópia n.º 3</a>. Pouco depois recebi <a href="http://asinvasoesfrancesas.blogspot.com/2011/09/carta-do-general-dalrymple-ao-general_3840.html">o oficio de que remeto a cópia n.º 4</a>, que </span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><a href="http://asinvasoesfrancesas.blogspot.com/2011/09/carta-do-general-bernardim-freire-de_07.html">já comuniquei confidencialmente a Vossa Excelência</a>, e pelo qual vi que não podia deixar de fazer um muito mau efeito para o progresso da minha comissão conhecer o General inglês que o Governo por quem eu devia ser autorizado, negociava e tratava directamente com ele sobre assuntos que a todos os respeitos me deviam ser dirigidos, e por caso algum tratados por sua intervenção. Contudo, desejando mostrar ao General inglês a minha disposição para tudo o que nas circunstâncias melindrosas em que nos achamos pudesse concorrer para as fazer menos perigosas, e na persuasão de que o mesmo General quereria tratar comigo assuntos que neste momento podem ser das maiores consequências para a fortuna deste país, me resolvi a passar ao seu Quartel-General de Oeiras, em virtude do <a href="http://asinvasoesfrancesas.blogspot.com/2011/09/carta-do-general-dalrymple-ao-general_07.html">seu convite formal, que consta da cópia n.º 5</a>, e tendo-lhe expressado ao princípio da conferência no mesmo sentido em que lhe escrevi <a href="http://asinvasoesfrancesas.blogspot.com/2011/09/carta-do-general-bernardim-freire-de_1388.html">a carta da cópia n.º 3</a>, quando me lisonjeava que </span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Sua Excelência [Dalrymple] estivesse disposto, como me tinha anunciado na sua correspondência, a manifestar do modo conveniente as intenções da sua Corte, como um meio de prevenir as consequências funestas que poderiam causar as sinistras interpretações a que poderia dar lugar aos mal intencionados a falta deste passo; assim como a prevenir o abuso que fariam os franceses dos <a href="http://asinvasoesfrancesas.blogspot.com/2011/08/convencao-definitiva-para-evacuacao-de.html">artigos da Capitulação</a>, se não se prevenissem estes e as vexações que sofriam os habitantes de Lisboa, e finalmente o muito que interessava, para evitar as péssimas consequências que teria nestas circunstâncias um motim popular em Lisboa, que se propusesse aos mesmos franceses, como já tinha lembrado, que evacuassem Lisboa quanto antes; respondeu-me o mesmo General, certificando-me das intenções em que estava, de fazer uma proclamação aos habitantes de Lisboa, em que lhes expressasse, de um modo próprio a sossegá-los, quais eram as vistas e intenções da sua Corte; que quanto ao 2.º [ponto], tinha dado todas as providências para evitar a contravenção e [para] reduzi-los ao mais estrito cumprimento do estipulado no Tratado, e que para isso tinha mandado para Lisboa outro Comissário, o General Beresford, de cuja capacidade e vigilância se prometia o melhor efeito; e quanto ao 3.º, que lhe parecia que a medida seria muito conveniente, e que ontem mesmo mandava um Oficial a Lisboa a tratar disso. Passando depois a conversar sobre o restabelecimento do Governo, e quando eu lhe fazia as observações que me ocorria serem mais convenientes neste momento para prevenir os maus efeitos que poderiam causar pretensões e ambições individuais e lhe tocava na concorrência que me parecia conveniente para a honra da Nação e deste Exército que eu tivesse para este passo essencial, uma vez que aqui não se achava Delegado algum desse Governo, não tendo eu ainda recebido </span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><a href="http://asinvasoesfrancesas.blogspot.com/2011/09/carta-do-bispo-do-porto-da-parte-da.html">o ofício de 3 do corrente</a></span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">, que acima acuso, e que só me foi entregue à minha volta a este Quartel-General, causou-me a maior admiração quando ele me declarou que </span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">pelo Almirante Cotton lhe sido enviado <a href="http://asinvasoesfrancesas.blogspot.com/2011/08/bases-para-o-restabelecimento-do.html">um projecto do Governo Supremo para o dito fim</a></span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">; que ele tinha escrito a </span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Vossa Excelência a este respeito [<a href="http://asinvasoesfrancesas.blogspot.com/2011/08/carta-do-general-dalrymple-ao-bispo-do.html">no dia 31 de Agosto</a> e <a href="http://asinvasoesfrancesas.blogspot.com/2011/09/carta-do-general-dalrymple-ao-bispo-do.html">no dia 5 de Setembro</a>], e que esperava a sua resposta e mesmo a sua vinda, sem a qual não queria decidir nada. Então conheci claramente que o efeito destas negociações particulares, e de que se me fazia um mistério, complicavam a tal ponto os embaraços que já resultavam da delicadeza da minha comissão, e comprometia, juntamente com a minha pessoa, a honra de toda a Nação e deste Exército, que desde este momento teria absolutamente abandonado esta carga, que se pretende por todos os modos fazer-me insuportável, se não considerasse os péssimos efeitos que uma tal resolução poderia ter neste momento para o bem do Estado, a cujo serviço me tenho sacrificado; e conheci desde logo a impressão que estas disposições do Governo faziam ao General inglês, que certamente não pode ser vantajosa para o êxito desta empresa. Eu julguei-me e de facto estava autorizado pelas <a href="http://asinvasoesfrancesas.blogspot.com/2011/08/ordens-e-instrucoes-da-junta-do-governo.html">minhas instruções</a> para entender-me em qualquer Tratado de capitulação com o Exército francês; [contudo] não fui para isso consultado ou atendido convenientemente; instei, reclamei, protestei, não me ficou nada a fazer; chamado a conferir pelo General em Chefe do Exército Auxiliar, esperei [que] se houvesse de tratar das medidas subsequentes, não me constando que ninguém até aquele ponto estivesse autorizado para o fazer, e vendo que as circunstâncias instavam, supus que devia encarregar-me de tratar deste assunto; porém, declarando-me o General que ele estipulava em nome d'El-Rei seu Amo, e não me podia reconhecer a mim senão como obedecendo a um Governo Provisório, com que ele mesmo estava em relação, não me fica mais lugar de tratar coisa alguma, e é da mais imperiosa necessidade que a Suprema Junta envie com a maior brevidade [uma] pessoa autorizada convenientemente, e que mereça a sua confiança para tratar do que interessa a este Reino nas actuais circunstâncias; no que não se pode perder um momento, sem gravíssimo prejuízo do seu sossego, da honra nacional e deste Exército. Na mesma conferência me havia o dito General repetido a requisição do destacamento português de 3.000 homens que, debaixo do comando do Brigadeiro Bacelar, devia entrar em Lisboa, juntamente com o destacamento inglês comandado pelo <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/John_Hope,_4th_Earl_of_Hopetoun">Tenente-General Hope</a>, que naturalmente irá comandar naquela cidade; ao que, apesar de tudo o que se tem passado, não me pareceu conveniente recusar-me; porém, como pelas notícias que tenho de Lisboa, e pelas disposições que vejo no Exército, julgo extremamente arriscado que possa ali haver algum motim popular, e seria por extremo impolítico que as nossas tropas se servissem da força para proteger os franceses contra os seus nacionais, e arriscado a que pelo contrário não tomassem partido a seu favor, e que a sua presença incitaria mais o povo à dita insurreição, mandei hoje declarar ao General inglês o que consta da <a href="http://asinvasoesfrancesas.blogspot.com/2011/09/carta-do-general-bernardim-freire-de_08.html">cópia da carta n.º 6</a>, pela qual lhe faço saber que o dito destacamento estará pronto em Bucelas, aonde o mando reunir amanhã para ir ocupar Lisboa, quando os franceses a tenham evacuado; mas não antes disso; o que expressamente recomendo ao Brigadeiro Bacelar, a quem de facto confio o seu comando, pelo julgar mui próprio para uma semelhante comissão. Foi depois que recebi <a href="http://asinvasoesfrancesas.blogspot.com/2011/09/carta-do-general-dalrymple-ao-general_6099.html">a carta n.º 7</a>. Desencarregado por este modo da responsabilidade que me poderia resultar se não me achasse inabilitado pelo modo por que acabo de expressar a </span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Vossa Excelência de prosseguir daqui em diante a dar outro algum passo que não me seja expressamente determinado por essa Junta do Governo, espero que a mesma Junta ou mande alguém, ou me indique o que quer [que] se faça deste Exército, cujas subsistências e despesas que motiva podem ser um novo embaraço, quando não se tome a respeito das suas operações subsequentes a mais pronta determinação. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">A este Exército ofereceu Manuel Agostinho Maduro, Pároco em Torres Vedras, 50$ mil cruzados, e vêm vindo outros fazer semelhantes ofertas de dinheiro. Julguei conveniente agradecer estas demonstrações de patriotismo, e mandar entrar quaisquer quantias desta natureza em depósito na Caixa Militar, até </span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Vossa Excelência dispor delas. Desejo saber se tudo isto é da aprovação da Junta do Governo Supremo, e que a este respeito se dêem as providências que forem do seu agrado.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><a href="http://asinvasoesfrancesas.blogspot.com/2011/08/carta-da-junta-de-setubal-ao-general.html">A cópia n.º 8 é de uma carta que me dirigiu a Junta de Setúbal</a>, e que julguei [que] devia comunicar a </span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Vossa Excelência.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Entre os efeitos que o Major Sebastião Pinto tomou ao inimigo, se compreendem 27 barras de prata e dois faqueiros da mesma incompletos, que tudo fiz para a Tesouraria em depósito, e sobre a qual a Junta resolverá o que lhe parecer. Também expedi ordem ao Provedor de Torres para conhecer e devassar do dinheiro dalgumas presas, que se diz sonegado no Cadaval e suas vizinhanças, e das pessoas que ali se acham presas por esse motivo.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Deus guarde a </span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Vossa Excelência.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Quartel-General de Mafra, </span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">9 de Setembro de 1808.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><i>Bernardim Freire de Andrada </i>[<i>sic</i>].</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: xx-small;">[Fonte: Luís Henrique Pacheco Simões (org.), "Serie chronologica da correspondencia diplomatica militar mais importante do General Bernardim Freire de Andrade, Commandante em Chefe do Exercito Portuguez destinado ao resgate de Lisboa com a Junta Provisional do Governo Supremo estabelecido na cidade do Porto e o Quartel General do Exercito Auxiliar de S. Magestade Britanica em Portugal", in </span><i style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: x-small;">Boletim do Arquivo Histórico Militar - Vol. II</i><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: xx-small;">, 1931, pp. 3-77, pp. 51-54 (doc. 95)].</span> <br />
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4490401134034277756.post-72504934950149031142011-09-09T12:00:00.044+01:002011-12-16T20:43:42.174+00:00Explicação e ajustes sobre diferentes artigos da Convenção de 30 de Agosto (9 de Setembro de 1808)<div><div style="text-align: justify;"><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: -webkit-auto;"><br />
</div></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">N.º 1. Entende-se que o exército [francês] não conservará no seu tesouro mais prata ou moeda para além da necessária para três meses de soldo dos oficiais Generais, oficiais, suboficiais, e soldados, administradores e empregados militares, conforme o último relatório da revista do mês de Agosto, feito pelo senhor inspector em chefe das revistas; a prata em barra proveniente das contribuições extraordinárias do reino será aplicada no pagamento das dívidas do exército relativas aos fornecimentos das suas subsistências até ao dia de partida da última divisão, e todo o excedente, seja em barra, seja em moeda cunhada, que reste no tesouro do exército para além do dito soldo do exército, será vertido no Erário do Reino.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">O senhor inspector em chefe das revistas e os senhores recebedores e pagadores gerais do exército entender-se-ão com o senhor Drummond, comissário das contas, e entre este último e o senhor Frousset, ordenador em chefe, para verificarem a liquidação da subsistência do exército, e seu embarque definitivo.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">N.º 2. Entende-se que todos os efeitos provenientes dos armazéns ou depósitos públicos que tenham sido comprados por particulares [do exército francês], sem que estes possam justificar a legalidade da venda por actos públicos de autoridade francesa anteriores à ratificação da <a href="http://asinvasoesfrancesas.blogspot.com/2011/08/convencao-definitiva-para-evacuacao-de.html">Convenção</a>, serão retirados das mãos dos compradores, que perderão o dinheiro que pagaram.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">N.º 3. Entende-se que todos os indivíduos pertencentes ao exército francês executarão fielmente a devolução daqueles objectos móveis ou de arte subtraídos dos estabelecimentos públicos e particulares que ainda não tenham sido enviados para fora de Portugal, e que todos os que forem convencidos de transgredirem as disposições das ordens do dia relativas <a href="http://asinvasoesfrancesas.blogspot.com/2011/09/ordem-do-dia-do-exercito-frances-em.html">de 6</a> e <a href="http://asinvasoesfrancesas.blogspot.com/2011/09/ordem-do-dia-do-exercito-frances-em_07.html">7 de Setembro</a> não desfrutarão das estipulações da <a href="http://asinvasoesfrancesas.blogspot.com/2011/08/convencao-definitiva-para-evacuacao-de.html">Convenção de 30 de Agosto</a>.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">N.º 4. Entende-se que para assegurar a conservação dos bens móveis ou de arte retirados das Casas Reais, particulares ou outras, para utilidade, embelezamento ou agrado dos Generais, administradores ou outros indivíduos do exército que as ocuparam ou que as ocupam, os zeladores das ditas casas estabelecerão guardiões e tornar-se-ão responsáveis por elas, para que depois da partida daqueles que as habitaram ninguém possa levar nada sem ter justificado [a origem] da propriedade; e requer-se-á aos ditos zeladores para que, sem demora, preparem relações com os bens dos diversos proprietários, para que os seus móveis sejam devolvidos a tempo e no devido lugar.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Estas relações serão enviadas aos <a href="http://asinvasoesfrancesas.blogspot.com/2011/09/proclamacao-dos-comissarios-britanicos.html">Generais [<i>sic</i>] escolhidos pela Comissão encarregada da execução da Convenção de 30 de Agosto</a>, os quais terão o poder de receber e verificar as pretensões e reclamações que lhes forem transmitidas sobre o que se menciona no parágrafo anterior, e de aplicarem a justiça em tudo o que seja possível.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Excluem-se de toda a restituição todos os cavalos ou mulas que, </span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">através de ordem regular,</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"> saíram das Cavalariças da Coroa antes da ratificação da Convenção de 30 de Agosto.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Oeiras, 9 de Setembro de 1808.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><i>W.C. Beresford</i>, Major-General.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><i>Proby</i>, Tenente-Coronel.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">O General de Divisão, </span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Comissário francês,</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><i>Kellermann.</i></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: xx-small;">[Fonte: <a href="http://books.google.com/books?id=QQoSAAAAYAAJ&hl=pt-PT&pg=PA1#v=onepage&q&f=false"><i>Copy of the Proceedings upon the Inquiry relative to the Armistice and Convention, &c. made and conclued in Portugal, in August 1808, between The Commanders of the British and French Armies</i></a>, London, House of Commons Papers, 31st Jannuary 1809, p. 200 (doc. 94). Existe uma outra tradução deste documento, cujo original é em francês, publicada por </span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: xx-small;">Acúrsio das Neves, na sua </span><i style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: x-small;">Historia Geral da Invasão dos Francezes em Portugal, e Restauração deste Reino - Tomo V</i><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: xx-small;">, Lisboa, 1811, Officina de Simão Thaddeo Ferreira,</span><i style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: x-small;"> </i><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: xx-small;">pp. 248-255].</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: xx-small;"><br />
</span></div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4490401134034277756.post-56451236511596358292011-09-09T11:00:00.002+01:002011-12-03T18:33:06.818+00:00Carta do General Wellesley ao Duque de Richmond, Lord Tenente da Irlanda (9 de Setembro de 1808)<div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: right;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Zambujal, 9 de Setembro de 1808.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Meu caro Duque:</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Não ocorreu nada em particular desde que <a href="http://asinvasoesfrancesas.blogspot.com/2011/09/carta-do-general-wellesley-ao-duque-de.html">vos escrevi pela última vez</a>; os franceses evacuarão Lisboa, de acordo com a <a href="http://asinvasoesfrancesas.blogspot.com/2011/08/convencao-definitiva-para-evacuacao-de.html">Convenção</a>, assim que os transportes estiverem prontos; e <a href="http://asinvasoesfrancesas.blogspot.com/2011/09/convencao-para-rendicao-da-frota-russa.html">os russos concluíram uma Convenção com o Almirante [Charles Cotton] sobre a sua frota</a>, que será por eles levada para um porto britânico. Ainda não vi nenhuma destas Convenções, e não vos posso dizer quais são os seus conteúdos; mas estou convencido que nenhuma delas é como deveria ter sido, se tivermos em conta o sucesso do exército. Contudo, a nação obteve a honra de reconquistar Portugal, e de restaurar o legítimo regente no seu governo; e espero que [os portugueses] fiquem satisfeitos com estas vantagens.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Tenho apenas a lamentar o facto de ter assinado o <a href="http://asinvasoesfrancesas.blogspot.com/2011/08/armisticio-para-suspensao-das.html">acordo para a suspensão de hostilidades</a>, sem o ter negociado. Já vos disse as razões que me levaram a fazê-lo, mas duvido que tanto a boa vontade como a deferência à opinião e às ordens dum oficial investido Comandante em Chefe no dia em que tomou o comando, bem como ainda o desejo de não querer ser considerado como o chefe dum partido contra a sua autoridade, podem ser consideradas desculpas suficientes para um acto que não posso justificar sobre outros fundamentos. Contudo, para além de aconselhar medidas mais enérgicas, e que o Comandante em Chefe insistisse em termos melhores, </span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">não tive nada a ver com os negócios subsequentes.</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"> </span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Estou farto de tudo o que passa aqui, e, sinceramente, quem me dera nunca ter deixado a Irlanda, e que estivesse aí convosco.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Dai recordações cordiais minhas à Duquesa.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Acreditai em mim, etc., </span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><i>Arthur Wellesley</i></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: xx-small;">[Fonte: <a href="http://books.google.com/books?id=aJMgAAAAMAAJ&hl=pt-PT&pg=PP7#v=onepage&q&f=false"><i>Supplementary Despatches and Memoranda of Field Marshal Arthur, Duke of Wellington, K.G. - Vol. VI</i></a>, London, John Murray, 1860, pp. 132-133].</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: xx-small;"><br />
</span></div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4490401134034277756.post-53815987181680013972011-09-09T10:05:00.011+01:002011-12-03T18:28:31.628+00:00Protesto do Conde Monteiro Mor sobre a Convenção de 30 de Agosto (9 de Setembro de 1808)<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span> <br />
<div style="text-align: justify;"><div><em style="font-family: Georgia;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Francisco Mello da Cunha de Mendonça Menezes, Conde de Castro Marim, Monteiro Mor, do Conselho de Sua Alteza Real, Gentil-Homem da Sua Câmara, </span><span style="font-family: Georgia;">Grão-Cruz da Ordem de Cristo, General em Chefe do Exército do Sul, Membro da Regência de Portugal fundada pelo Príncipe Regente Nosso Senhor, Presidente da Junta Suprema do Reino do Algarve, Governador e Capitão-General do dito Reino.</span></em></div><div><br />
<span style="font-family: Georgia;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia;"><br />
</span></span><br />
<div><span style="font-family: Georgia;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Em nome do Príncipe Regente de Portugal, meu senhor, e em nome da nação, enquanto General em Chefe do Exército do Sul postado na margem do Tejo e enquanto membro da Regência formada por Sua Alteza Real o Príncipe Regente de Portugal para dirigir e promover os interesses da nação, protesto, em geral, contra o <a href="http://asinvasoesfrancesas.blogspot.com/2011/08/convencao-definitiva-para-evacuacao-de.html">Tratado definitivo feito entre os Generais inglês e francês</a>, sem se consultar Sua Alteza Real ou o seu governo, e pela desatenção que me foi prestada, enquanto comandante dum exército que, sem o auxílio duma nação estrangeira<b><span class="Apple-style-span" style="color: yellow;">*</span></b>, desde o memorável 19 de Junho, dia em que o Príncipe Regente foi proclamado no Algarve, encontrou meios de repelir o inimigo daquele reino, e perseguindo-o pelo Alentejo, obrigou-o a abandonar todos os seus postos, e a retirar-se, até que o meu exército tomou a sua posição na margem sul do Tejo; e, por este motivo, protesto contra tudo o que possa ser contrário à honra, soberania e independência da nação portuguesa.</span></span><br />
<span style="font-family: Georgia;"><span style="font-family: Georgia;">Dado no Quartel-General do Azeitão, 9 de Setembro de 1808.</span></span><br />
<span style="font-family: Georgia;"><br />
</span><br />
<span style="font-family: Georgia;"><em><span style="font-family: Georgia;">Conde Monteiro Mor</span></em></span><br />
<span style="font-family: Georgia;"><em><span style="font-family: Georgia;"><br />
</span></em></span></div><div><span style="font-family: Georgia;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: xx-small;">[Fonte: <a href="http://books.google.com/books?id=QQoSAAAAYAAJ&hl=pt-PT&pg=PA1#v=onepage&q&f=false"><i>Copy of the Proceedings upon the Inquiry relative to the Armistice and Convention, &c. made and conclued in Portugal, in August 1808, between The Commanders of the British and French Armies</i></a>, London, House of Commons Papers, 31st Jannuary 1809, p. 211 (doc. 121). Existe uma outra versão em português deste documento, </span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: xx-small;">fixada na terceira pessoa, </span><span style="font-family: Georgia;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: xx-small;">com o título de "resumo do protesto do General da província do Algarve, contra a Convenção de Sintra, feito no Quartel-General de Azeitão", que apareceu publicada por </span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Simão José da Luz Soriano, na sua <i>História da Guerra Civil e do Estabelecimento do Governo Parlamentar em Portugal. Compreendendo a História Diplomática, Militar e Política deste Reino, desde 1777 até 1834 – Segunda Época - Tomo V – Parte I</i>, Lisboa, Imprensa Nacional, 1893, pp. 119 -120</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">].</span></span></div><div><span style="font-family: Georgia;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: xx-small;"><br />
</span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">______________________________________________________________</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Nota: </span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><span class="Apple-style-span" style="color: yellow;">*</span> Como o Conde Monteiro mor parece "esquecer-se" que, na realidade, recebera ajudas estrangeiras, recordaremos aqui apenas dois factos que contradizem a sua afirmação. Em Tavira, ainda antes de ter partido para Faro para ir presidir a recém-formada Junta de Governo do Algarve, Francisco Mello da Cunha "enviou o marítimo Nicolau Martins do Rego a pedir auxílio de armas e munições ao Governador de Gibraltar [que era então o próprio General Dalrymple], o qual trouxe da dita Praça, no dia 26 [de Junho], setecentas espingardas, quatrocentas arrobas de pólvora, uns caixotes de balas e um barril de pederneiras, [...] [juntamente] com oitocentas [espingardas] que no dia antecedente havia entregado o Capitão Sebastião Martins Mestre, que [as] recebera da Junta de Sevilha" <span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;">[in </span></span><a href="http://asinvasoesfrancesas.blogspot.com/2011/06/breve-noticia-da-feliz-restauracao-do.html"><span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><i>Breve Notícia da Feliz Restauração do Reino do Algarve</i> de </span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Joaquim Filipe de Landerset</span></span></a><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;">]</span>. Por outro lado, pouco depois do Conde Monteiro Mor chegar a Faro, a Junta do Algarve enviou o Cónego Manuel do Couto Pereira Taveira a Sevilha, para ajustar com a Junta dessa cidade um </span><a href="http://asinvasoesfrancesas.blogspot.com/2011/07/tratado-de-alianca-ofensiva-e-defensiva_08.html" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">tratado de aliança mútua ofensiva e defensiva, concluído no dia 8 de Julho</a><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">. </span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div></div></div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"></span>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4490401134034277756.post-48935827926857860812011-09-09T10:00:00.004+01:002011-12-03T18:28:29.432+00:00Carta do Conde Monteiro Mor ao Almirante Charles Cotton (9 de Setembro de 1808)<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia;"><br />
</span><br />
<div style="text-align: right;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Times New Roman';"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Times New Roman';"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Quartel-General do Azeitão, 9 </span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">de Setembro de 1808.</span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span><br />
<div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Excelentíssimo Senhor:</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Enquanto General do Exército do Sul, postado na margem do Tejo, e enquanto membro da <a href="http://asinvasoesfrancesas.blogspot.com/2009/11/regencia-instituida-26-de-novembro-de.html">Regência estabelecida pelo Príncipe Regente de Portugal</a>, meu Senhor, para dirigir e sustentar os direitos da nação, em nome do dito Senhor requeiro a Vossa Excelência, em consequência da eterna aliança que durante tantos anos reinou entre as duas nações, que se possam embargar todas as embarcações utilizadas para levar as tropas francesas, tendo em conta os seus roubos e atrocidades, até que Sua Majestade Britânica ou Sua Alteza Real resolvam o que é melhor para a glória e interesses das duas nações, obrigando que </span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Comissários portugueses e ingleses </span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">façam um inventário rigoroso das bagagens dos franceses, que não podem levar consigo as riquezas que se apropriaram, o que muito receamos devido à maldade destes opressores da humanidade.</span><br />
<span style="font-family: Georgia;">Fico convencido de que Vossa Excelência terá em conta esta requisição, que é de tal natureza que não pode admitir qualquer recusa, tanto pela sua justiça como pelo carácter generoso dum Ministro inglês, cuja posição Vossa Excelência sustenta tão gloriosamente.</span><br />
<span style="font-family: Georgia;">Tenho a honra de declarar a Vossa Excelência os sentimentos do maior respeito e veneração.</span><br />
<span style="font-family: Georgia;">Deus guarde Vossa Excelência,</span><br />
<br />
<em><span style="font-family: Georgia;">Conde Monteiro Mor</span></em><br />
<em><span style="font-family: Georgia;"><br />
</span></em></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: xx-small;">[Fonte: <a href="http://books.google.com/books?id=QQoSAAAAYAAJ&hl=pt-PT&pg=PA1#v=onepage&q&f=false"><i>Copy of the Proceedings upon the Inquiry relative to the Armistice and Convention, &c. made and conclued in Portugal, in August 1808, between The Commanders of the British and French Armies</i></a>, London, House of Commons Papers, 31st Jannuary 1809, p. 211 (doc. 120)].</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: xx-small;"><br />
</span></div></div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4490401134034277756.post-18680689800642254032011-09-09T09:45:00.006+01:002012-02-15T10:28:15.407+00:00Carta do General Dalrymple ao General Wellesley (9 de Setembro de 1808)<div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: right;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Quartel-General, Oeiras, 9 de Setembro de 1808.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Senhor:</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Há dois dias atrás, chegou um oficial espanhol com ofícios da Corunha dirigidos a Sir Harry Burrard. Porém, tais ofícios eram quase da mesma data daqueles que me haveis dado depois da minha chegada, e incluíam uma cópia da mesma carta do <a href="http://books.google.es/books?id=zjMOAAAAQAAJ&hl=pt-PT&pg=RA1-PA1#v=onepage&q&f=false">Tenente-Coronel Doyle</a>. Ainda assim, diz agora o <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Charles_Stuart,_1st_Baron_Stuart_de_Rothesay">senhor Stuart</a></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"> (facto que eu ignorava antes) que o <a href="http://es.wikipedia.org/wiki/Francisco_Javier_Casta%C3%B1os">General Castaños</a> estava a marchar para Madrid, segundo as ordens dum Conselho de oficiais estabelecido em Sevilha. Também fui informado, através dum oficial que esteve em Cádis há não muito tempo, que, pouco depois da batalha de Bailén, voltara a eclodir a disputa </span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">pela primazia, ou, pelo menos, pela independência, que tinha sido levantada logo </span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">muito cedo pela Junta de Granada<span style="color: yellow;"><b>*</b></span>, e que, consequentemente, o exército de Granada separara-se do General Castaños, e não temos mais informações sobre os seus movimentos. Esse exército é comandado pelo </span><a href="http://es.wikipedia.org/wiki/Teodoro_Reding" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">General Reding</a><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">, e certamente combateu e derrotou Dupont na batalha acima mencionada. Os exércitos destas províncias, assim reivindicados pelas [respectivas] Juntas, tinham comandos distintos durante a monarquia, e em muitos dos casos, senão na maioria, são sustentados por pessoas nomeadas pelo Rei.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">As derrotas dos franceses em Valencia, Córdoba, etc., e a concentração da sua força em Burgos, proporcionaram uma razão, senão uma necessidade absoluta, para aqueles exércitos [espanhóis] marcharem para um ponto. Se aqueles exércitos se tivessem reunido, e se os seus generais comandantes estivessem unidos, o resultado poderia ter sido o estabelecimento de um governo central pelo poder ou influência desses oficiais, e a diminuição natural e gradual e extinção final dos governos revolucionários chamados de Juntas, que governam somente segundo as opiniões populares, e talvez influenciadas pela Igreja, o que é praticamente a mesma coisa.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Infelizmente, parece que os exércitos que já se juntaram (os de <a href="http://es.wikipedia.org/wiki/Joaqu%C3%ADn_Blake">Blake</a> e <a href="http://es.wikipedia.org/wiki/Gregorio_Garc%C3%ADa_de_la_Cuesta">Cuesta</a>) não estão unidos, e a autoridade da Grã-Bretanha, que creio (ou pelo menos espero) que tem uma influência predominante neste momento em todas as partes da Espanha, é administrada pelo <a href="http://books.google.es/books?id=zjMOAAAAQAAJ&hl=pt-PT&pg=RA1-PA1#v=onepage&q&f=false">Tenente-Coronel Doyle</a>, que parece esforçar-se apenas para recrutar cavalaria para Blake, cujo partido ademais penso que adoptou, apesar de Blake ser certamente um oficial muito mais novo que Cuesta, e que comanda a província da Galiza apenas desde que a Junta foi estabelecida.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Perante todas estas circunstâncias, sinto-me muito disposto a enviar para Madrid um oficial com uma elevada graduação militar e conexões familiares, e que, ademais, se destaque tanto como estadista como enquanto militar, para que perceba claramente o sentido destas pequenas intrigas, que num momento como este são difíceis perceber; mas principalmente para sustentar uma linguagem que possa conduzir estas pessoas à sensatez. Eu próprio já experiencei que uma linguagem firme, ainda que feita por um oficial britânico em seu próprio nome, produziu os seus efeitos; e ainda que tal tenha ocorrido numa fase inicial</span><b style="color: yellow; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">*</b><b style="color: yellow; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">*</b><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">, e que agora não me possa valer das minhas opiniões individuais, ainda assim sinto-me confiante que, devido aos receios do povo, esse sentimento mantém-se, e seria estimulado, no local, pelo tipo de oficial que agora descrevi. Estando a descrição dada, escuso acrescentar que é a vós que tenho em vista. Se verdes esta matéria sob a luz com que a vejo, penso que percebereis a importância do objecto, e que dedicareis </span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">uma </span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">parte do tempo em que devemos continuar aqui inactivos </span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">a uma </span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">missão tão importante</span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">, que poderá resultar na formação de um projecto sobre as nossas operações futuras com generais sobre os quais, segundo penso, ireis exercer aquela influência que, estou contente por confessar, penso que os missionários débeis enviados ao presente na Espanha estão bem prestes a perder, tanto sobre a sua nação como sobre eles próprios.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Não posso gostar da aparição do <a href="http://es.wikipedia.org/wiki/Pedro_Alc%C3%A1ntara_%C3%81lvarez_de_Toledo_y_Salm-Salm">Duque del Infantado</a> neste momento bastante crítico. O seu carácter manteve-se de pé, mas ele conduziu o seu Soberano [Fernando VII] a Bayonne, e agora regressa. Parece que o Tenente-Coronel Doyle tomou o Duque debaixo da sua protecção.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Se o exército da Extremadura decidir ser útil, deve marchar agora, pois a guerra de Portugal chegou ao fim. Creio que o General Galluzo tem 15.000 homens.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Tenho a honra de ser, Senhor, o vosso mais humilde e obediente servidor,</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><i>H. W. Dalrymple</i></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: xx-small;">[Fonte:</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: xx-small;"> </span><a href="http://books.google.com/books?id=aJMgAAAAMAAJ&hl=pt-PT&pg=PP7#v=onepage&q&f=false" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: x-small;"><i>Supplementary Despatches and Memoranda of Field Marshal Arthur, Duke of Wellington, K.G. - Vol. VI</i></a><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: xx-small;">, London, John Murray, 1860, pp. 133-134].</span></div><div style="text-align: justify;"><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: xx-small;"><br />
</span><br />
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">________________________________________________________________</span><br />
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span><br />
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Notas:</span><br />
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span><br />
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><b><span style="color: yellow;">*</span></b> Para percebermos a disputa a que alude Dalrymple, transcrevemos o seguinte trecho da memória que o mesmo escreveu sobre a sua conduta durante este período (a qual foi </span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">publicada postumamente)</span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">:</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">"Ainda que nos últimos dias de Maio tinham sido formadas Juntas de Governo, semelhantes à de Sevilha, em todos os sítios que não estavam debaixo do poder dos franceses, parece que nesta época as mesmas o desconheciam, pois <a href="http://asinvasoesfrancesas.blogspot.com/2011/06/carta-do-general-castanos-comandante.html">quando o General Castaños escreveu-me a anunciar a formação do novo governo</a>, usou a seguinte expressão: "Na cidade de Sevilha foi erigida uma Junta Suprema de Governo dos quatro reinos da Andaluzia". Pouco depois, no entanto, o General percebeu que cada um dos quatro reinos da Andaluzia - a saber, Sevilha, Granada, Jaén e Córdova - tinha uma Junta própria; e que a Junta de Granada estava tão longe de reconhecer a supremacia da de Sevilha, que somente permitiu que as suas tropas se reunissem com as de Sevilha, a fim de agirem debaixo do comando do General Castaños contra os franceses comandados por Dupont, depois dum <a href="http://asinvasoesfrancesas.blogspot.com/2011/06/acordo-entre-junta-de-granada-e-junta.html">tratado formal negociado e ratificado pela autoridade das respectivas Juntas</a>, no qual a independência de Granada foi afirmada e reconhecida" </span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">[Fonte: </span><a href="http://www.archive.org/stream/memoirwrittenbys00dalrrich#page/n5/mode/2up" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><i>Memoir, written by General Sir Hew Dalrymple, Bart., of his proceedings as connected with the affairs of Spain, and the commencement of the Peninsular War</i></a><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">, London, Thomas and William Bone Strand., 1830, p. 25]</span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span><br />
<b style="color: yellow; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">*</b><b style="color: yellow; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">*</b><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"> Dalrymple refere-se à correspondência extra-oficial que, ainda enquanto Governador de Gibraltar, trocara com o General Castaños, antes do estabelecimento das Juntas de Governo espanholas. </span><br />
<div><br />
</div></div></div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4490401134034277756.post-45447951505818784292011-09-09T09:05:00.005+01:002012-02-10T14:17:00.774+00:00Carta do General Dalrymple ao General Bernardim Freire de Andrade (9 de Setembro de 1808)<div style="text-align: justify;"><div><div><div><div><div><div><div><br />
<div><div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div></div></div></div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Times New Roman';"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></span></span><br />
<div style="text-align: right;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Times New Roman';"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Quartel-General, Oeiras, 9 </span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">de Setembro de 1808.</span></span></span></div></div></div></div></div></div></div></div><div style="text-align: justify;"><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span><br />
<div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Senhor:</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Tenho de requerer a Vossa Excelência para dardes ordens expressas ao corpo comandado pelo <a href="http://www.arqnet.pt/dicionario/montealegre1v.html">General Bacelar</a>, destinado a entrar em Lisboa, para não se mover do ponto onde está reunido até que receba ordens do General Hope.</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Em qualquer caso, a reserva britânica entrará primeiro em Lisboa, e, caso se torne necessário empregar um número ainda maior de tropas para conter a populaça enquanto os franceses permanecerem na cidade, o reforço deverá ser britânico, pois vejo que poderiam surgir grandes inconvenientes se quaisquer outras tropas fossem empregadas naquele específico serviço.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Tenho a honra de ser o mais obediente e mais humilde servidor de Vossa Excelência.</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><i>Hew Dalrymple</i></span></div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><i><br />
</i></span><br />
<div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: xx-small;">[Fonte: <a href="http://books.google.com/books?id=QQoSAAAAYAAJ&hl=pt-PT&pg=PA1#v=onepage&q&f=false"><i>Copy of the Proceedings upon the Inquiry relative to the Armistice and Convention, &c. made and conclued in Portugal, in August 1808, between The Commanders of the British and French Armies</i></a>, London, House of Commons Papers, 31st Jannuary 1809, p. 210 (doc. 116). Existe uma outra transcrição do original inglês, juntamente com a respectiva tradução, <i>in</i> </span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: xx-small;">Luís Henrique Pacheco Simões (org.), "Serie chronologica da correspondencia diplomatica militar mais importante do General Bernardim Freire de Andrade, Commandante em Chefe do Exercito Portuguez destinado ao resgate de Lisboa com a Junta Provisional do Governo Supremo estabelecido na cidade do Porto e o Quartel General do Exercito Auxiliar de S. Magestade Britanica em Portugal", in </span><i style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: x-small;">Boletim do Arquivo Histórico Militar - Vol. II</i><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: xx-small;">, 1931, pp. 3-77, p. 56 (doc. 97)].</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: xx-small;"><br />
</span></div></div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4490401134034277756.post-48700935646858779702011-09-09T09:00:00.007+01:002012-02-08T15:58:37.296+00:00Carta do General Dalrymple ao General Bernardim Freire de Andrade (9 de Setembro de 1808)<div style="text-align: justify;"><div><div><div><div><div><div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Times New Roman';"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></span></span><br />
<div style="text-align: right;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Times New Roman';"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Quartel-General, Oeiras, 9 </span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">de Setembro de 1808.</span></span></span></div></div></div></div></div></div></div></div><div style="text-align: justify;"><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span><br />
<div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Senhor:</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Tenho a honra de reconhecer o recibo da <a href="http://asinvasoesfrancesas.blogspot.com/2011/09/carta-do-general-bernardim-freire-de_08.html">carta de Vossa Excelência do passado dia 8</a>, e aprovo completamente os movimentos que propondes para as tropas portuguesas destinadas a entrar em Lisboa, depois dos franceses a evacuarem inteiramente.<br />
</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Tenho a honra de ser o mais obediente e humilde servidor de Vossa Excelência. </span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><i>Hew Dalrymple</i></span></div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><i><br />
</i></span><br />
<div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: xx-small;">[Fonte: <a href="http://books.google.com/books?id=QQoSAAAAYAAJ&hl=pt-PT&pg=PA1#v=onepage&q&f=false"><i>Copy of the Proceedings upon the Inquiry relative to the Armistice and Convention, &c. made and conclued in Portugal, in August 1808, between The Commanders of the British and French Armies</i></a>, London, House of Commons Papers, 31st Jannuary 1809, p. 210 (doc. 115). Existe uma outra tradução em português, juntamente com o original inglês, in </span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: xx-small;">Luís Henrique Pacheco Simões (org.), "Serie chronologica da correspondencia diplomatica militar mais importante do General Bernardim Freire de Andrade, Commandante em Chefe do Exercito Portuguez destinado ao resgate de Lisboa com a Junta Provisional do Governo Supremo estabelecido na cidade do Porto e o Quartel General do Exercito Auxiliar de S. Magestade Britanica em Portugal", in </span><i style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: x-small;">Boletim do Arquivo Histórico Militar - Vol. II</i><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: xx-small;">, 1931, pp. 3-77, pp. 55-56 (doc. 96)</span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: xx-small;">].</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: xx-small;"><br />
</span></div></div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4490401134034277756.post-82528588591422575852011-09-09T08:00:00.000+01:002012-02-10T14:04:14.058+00:00Carta do Bispo do Porto ao General Bernardim Freire de Andrade (9 de Setembro de 1808)<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br class="Apple-interchange-newline" /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><a href="http://asinvasoesfrancesas.blogspot.com/2011/09/carta-do-general-bernardim-freire-de_2058.html">As cartas que Vossa Excelência me dirigiu em data de seis do corrente</a> foram vistas na Junta do Governo Supremo com muita satisfação, pelas notícias agradáveis que se contêm nelas. A mesma Junta aprova a lembrança que </span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Vossa Excelência teve de licenciar os Corpos de Milícias de Moncorvo e desta cidade, e lhe recomendo de o fazer logo, e ainda de praticar o mesmo a respeito de outros corpos Milicianos que haja no Exército do comando de </span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Vossa Excelência, quando se possam escusar nele; o que deixa ao prudente arbítrio de </span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Vossa Excelência, e deseja que </span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Vossa Excelência, depois de praticada esta operação, lhe mande uma relação exacta do estado de força, número de praças e localidades a que fica reduzido o mesmo Exército, para em vista disso poder determinar com exacção as providências necessárias para o seu pronto pagamento e fornecimento; e neste mesmo teor se expede também ao Brigadeiro Manuel Pinto Bacelar a ordem inclusa para praticar igual diligência no Exército do seu comando, cuja ordem se encarrega </span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Vossa Excelência de lhe fazer transmitir com a possível brevidade. O procedimento de </span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Vossa Excelência com os nossos bons aliados ingleses tem sido muito acertado e muito conforme aos desejos da Junta já comunicados a </span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Vossa Excelência na <a href="http://asinvasoesfrancesas.blogspot.com/2011/09/carta-do-bispo-do-porto-ao-general_07.html">carta que se lhe dirigiu em data de 7 do corrente</a>, e consequentemente não tem que acrescentar [nada] a esse respeito, estando na certeza que </span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Vossa Excelência não omitirá coisa alguma que possa consolidar e estreitar mais a nossa boa harmonia. A mesma Junta e eu temos respondido a todos os ofícios recebidos de </span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Vossa Excelência e com a possível prontidão. Tudo o mais que </span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Vossa Excelência expõe, fica muito na consideração da Junta.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Deus guarde a </span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Vossa Excelência.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Porto, 9 de Setembro de 1808.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><i>Bispo Presidente Governador</i></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><div><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: xx-small;">[Fonte: Luís Henrique Pacheco Simões (org.), "Serie chronologica da correspondencia diplomatica militar mais importante do General Bernardim Freire de Andrade, Commandante em Chefe do Exercito Portuguez destinado ao resgate de Lisboa com a Junta Provisional do Governo Supremo estabelecido na cidade do Porto e o Quartel General do Exercito Auxiliar de S. Magestade Britanica em Portugal", in </span><i style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: x-small;">Boletim do Arquivo Histórico Militar - Vol. II</i><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: xx-small;">, 1931, pp. 3-77, pp.50-51 (doc. 94)].</span></div><br />
</div>Unknownnoreply@blogger.com