Lisboa, 6 de Setembro de 1808.
Senhores:
Recebi a nota com que me honrastes esta manhã, avisando-me que fostes informados que uma certa quantidade de objectos de história natural e manuscritos interessantes foram extraídos do Museu e da Biblioteca Pública para serem transportados para a França. Ignorava que se tivessem tomado tais disposições, mas não resta dúvida que teriam sido tomadas pelo senhor Geoffroy, membro do Instituto, o qual teria julgado que, como tais artigos tinham sido escolhidos há tanto tempo, não haveria inconveniente algum em levá-los; ainda que tais artigos são em geral duplicados, a vossa reclamação é fundada; apresso-me assim a dar ordens para que esses objectos não sejam removidos nem embarcados. Porém, ao mesmo tempo observo-vos que, dado que os objectos são em geral duplicados e uma aquisição preciosa para as ciências (que pertencem a todos os países), longe de se embargarem, devia-se sim procurar que se tornassem conhecidos. Desejamos poder levar por mútuo consentimento as raridades de História Natural, propondo aquelas compensações que julgueis convenientes.
O vosso mais humilde e obediente servidor,
General de Divisão,
Kellermann,
Comissário, etc., etc., etc.
General de Divisão,
Kellermann,
Comissário, etc., etc., etc.
[Fonte: Copy of the Proceedings upon the Inquiry relative to the Armistice and Convention, &c. made and conclued in Portugal, in August 1808, between The Commanders of the British and French Armies, London, House of Commons Papers, 31st Jannuary 1809, p. 188 (doc. 72)].