terça-feira, 12 de julho de 2011

Edital da Junta do Porto ordenando a abertura e exame da correspondência (12 de Julho de 1808)





Proclamação de José Bonaparte depois de entrar na Espanha (12 de Julho de 1808)




The Corsican Spider in his Web!, caricatura de Thomas Rowlandson (12 de Julho de 1808)



A aranha corsa na sua teia!
Caricatura de Thomas Rowlandson, publicada a 12 de Julho de 1808.


No centro da sua teia, a aranha-Napoleão (em cujo dorso tem a inscrição ambição ilimitada) está prestes a engolir um par de moscas espanholas (Carlos IV e Fernando VII), enquanto reserva para melhor ocasião todas as outras moscas que se deixaram agarrar: umas são moscas pequenas e inumeráveis (alusão à Confederação do Reno?), enquanto outras, maiores, representam a Áustria, Holanda, Hanover, Prússia, Hamburgo, Veneza, Itália, Etrúria... A "mosca" portuguesa, que se encontra afastada do centro da teia, é nada menos do que uma garrafa (de Porto?) com asas... A mosca papal, também na periferia, afirma que tem medo de ser arrastada para o interior da teia... A mosca russa, presa somente pelas suas patas dianteiras, declara que já estava semi-agarrada quando se apercebeu... As únicas moscas que ainda não caíram na teia são a turca, que diz que tem medo de ser a próxima, e a inglesa, que se dirige em tom provocatório à aranha-Napoleão, afirmando que esta poderá observá-la, mas não a conseguirá agarrar

The Corsican Nurse soothing the Infants of Spain, caricatura gravada por Thomas Rowlandson, segundo desenho de George Moutard Woodward (12 de Julho de 1808)





O aio corso acalmando os "Infantes" de Espanha.

Caricatura gravada por Thomas Rowlandson, segundo desenho de George Moutard Woodward, publicada a 12 de Julho de 1808


Esta caricatura representa Napoleão acalmando momentaneamente as "birras" da família real espanhola, cujos membros aparecem aqui infantilizados, de acordo com a legenda. Devemos salientar que o título nobiliárquico de Infante, vulgarmente dado aos filhos não primogénitos dos Reis das monarquias ibéricas, não existe (a não ser por adaptação) na língua inglesa, onde o termo infant significa, antes de mais, "bebé", "criança" (nos primeiros anos de vida) ou "menor". Assim, o título da gravura não se refere exclusivamente a nenhum Infante em particular, senão aos vários membros da família real espanhola aqui representados como crianças, em alusão à sua falta de astúcia política e à sua condescendência a Napoleão, o qual segura ao colo os Infantes (estes sim de título) D. Carlos e D. António (cujas golas estão fechadas com cadeados), enquanto utiliza os seus pés para embalar os berços imperiais onde repousam o Príncipe das Astúrias e o bom velho Rei e a sua amável consorte (esta última "criança" é a única que não deixa ver o seu rosto, pois está de costas para o marido). Apesar de não ter mãos (nem pés) a medir, Napoleão sorri maliciosamente, enquanto canta uma canção de embalar onde promete às cinco crianças o seguinte: tereis as vossas coroas de novo - mas não sei quando! 

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