segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Carta do Bispo e Presidente da Junta Suprema do Porto ao Almirante Séniavin, comandante da esquadra russa ancorada no Tejo (22 de Agosto de 1808)



A Junta do Supremo Governo instituído nesta cidade do Porto, à qual se têm unido e subordinado as províncias do norte de Portugal para o fim da restauração do mesmo reino, e restituição dele ao seu legítimo Soberano, o Príncipe do Brasil, tendo reintegrado as suas antigas alianças com o reino da Galiza, e com a sua fidelíssima aliada a Grã-Bretanha, estimaria muito poder renovar na Real presença do Imperador de todas as Rússias o Tratado de aliança ultimamente celebrado entre a Corte de Petersburgo e Sua Majestade Fidelíssima. Mas não permitindo o aperto do tempo nem a grande distância, que o actual Governo de Portugal dirija directamente a Sua Majestade Imperial os seus respeitosos ofícios, toma a deliberação de representar ao Ilustríssimo e Excelentíssimo Almirante da esquadra russiana [sic] fundeada no porto de Lisboa os sinceros desejos que tem de conservar a mesma inteligência e boa harmonia que entre as duas Corôas havia no tempo da partida de Sua Alteza Real para os seus Estados do Brasil.
Porto, 22 de Agosto de 1808.