Quartel-General, Sintra, 3 de Setembro de 1808.
Senhor:
Tenho a honra de reconhecer o recibo das vossas duas cartas datadas de ontem, uma relativa ao estado das circunstâncias em Peniche, e a outra comunicando o que havíeis ouvido sobre a conduta dos franceses em Lisboa, desde a assinatura da Convenção. Em relação ao último assunto, devo apenas observar que não deixarei de dar a devida atenção a quaisquer representações que achardes necessário fazer, sobre qualquer suposta infracção à Convenção, da parte dos franceses, que vos for relatada. A cópia da Convenção, que tive a honra de vos transmitir, ter-vos-á consciencializado que as hostilidades devem cessar diante de todas as praças que ainda continuam em posse das tropas francesas; e tenho de requerer que não perdereis tempo em dar as ordens necessárias, para esse efeito, ao exército português; e para fazerdes o mesmo aos Comandantes franceses nas praças referidas, em conformidade com o artigo XII da Convenção do passado dia 30.
Tenho a honra de ser o mais obediente e mais humilde servidor de Vossa Excelência.
Dalrymple
[Fonte: Copy of the Proceedings upon the Inquiry relative to the Armistice and Convention, &c. made and conclued in Portugal, in August 1808, between The Commanders of the British and French Armies, London, House of Commons Papers, 31st Jannuary 1809, p. 204 (doc. 105)].Luís Henrique Pacheco Simões (org.), "Serie chronologica da correspondencia diplomatica militar mais importante do General Bernardim Freire de Andrade, Commandante em Chefe do Exercito Portuguez destinado ao resgate de Lisboa com a Junta Provisional do Governo Supremo estabelecido na cidade do Porto e o Quartel General do Exercito Auxiliar de S. Magestade Britanica em Portugal", in Boletim do Arquivo Histórico Militar - Vol. II, 1931, pp. 3-77, pp. 24-25 (doc. 70)].