quarta-feira, 22 de junho de 2011

Estado das forças francesas em Portugal, segundo informações de três desertores de Hanover (22 de Junho de 1808)



Em Lisboa e vizinhanças

Infantaria francesa

Regimento n.º 15
2 Batalhões
800
Regimento n.º 66
1 Batalhão
800
Regimento n.º 70
4 Batalhões
3.000
Regimento n.º 82
2 Batalhões
800
Regimento n.º 86
3 Batalhões
2.000
Total
7.400


Cavalaria francesa

Regimento n.º 3 (dois Batalhões)
Caçadores a cavalo
2.000
Regimento n.º 9 (um Batalhão)



Infantaria estrangeira

Legião de Hanover
1 Batalhão
800
Legião de Suíços
1 Batalhão
800
Total
1.600



Em Setúbal e nos fortes a sul do Tejo

Regimento n.º 31
Caçadores italianos, na maioria
1 Batalhão
800
Regimento n.º 32
1 Batalhão
800
Total
1.600


Tropas que marcharam para as fronteiras orientais de Portugal

Regimento n.º 86
1 Batalhão
700
Regimento n.º 26
2 Batalhões
1.000
Total
1.700


Infantaria estrangeira

Legião de Neule
800
Três Batalhões de suíços
2.400
Total
3.200


Em alguma parte de Portugal, desconhecida dos desertores

Regimento n.º 47
4 Batalhões
3.000



Total
20.500



[Outras informações]

Regimento n.º 3 de Infantaria espanhola
Desarmados em Lisboa e aprisionados a bordo dos navios russos
Regimento n.º 1 de Cavalaria espanhola

150 russos desembarcaram de cada navio e estão ao serviço em Lisboa

Existe muito pouca artilharia francesa em Portugal

O General Junot está reforçando o castelo de Lisboa




[Fonte: “French Force in Portugal, as stated by three Hanoverian deserts, 22d June 1808”, in Instructions to the Commanders of His Majesty’s Forces in Spain and Portugal, in 1808, s.ed., s.l., 1809, p. 26].


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Nota: 

Aproveitando o início das revoltas populares e a retirada dos franceses do sul de Portugal, o General Spencer tinha deixado a foz do Guadiana para vir apressadamente até à foz do Tejo, a fim de falar com o Almirante Charles Cotton, que ali se mantinha inalterável com a sua esquadra. A sua ideia era ver se valia a pena trazer os cerca de 5.000 homens que comandava (e que tinham ficado em embarcações a sul de Sagres), para desembarcá-los perto de Lisboa ou somente fazer alguma manobra de diversão que provocasse o pânico entre os franceses (como directa ou indirectamente tinha acontecido no sudeste algarvio). Contudo, a zona de Lisboa contava com muitos mais franceses do que Spencer supunha, conforme pôde concluir a partir do relatório acima transcrito, assinado pelo Tenente-Coronel George W. Tucker a 22 de Junho de 1808, e elaborado de acordo com informações fornecidas por três hanoverianos que tinham desertado do exército francês que ocupava Portugal (recordemos, a propósito, que a 6 de Março Napoleão dera a entender a Junot para retirar a Legião Hanoveriana da costa, talvez precisamente para evitar situações destas).