No dia 17 Sir Arthur Wellesley foi atacado pelo General Loison, o qual foi batido com poucas baixas. Marchámos então em direcção a Lisboa, e no dia 21 fomos atacados por todas as forças francesas, em número de 13.000 homens, comandadas pelo General Junot. A acção começou às nove e meia, e durou até às doze. Nunca houve vitória mais decisiva. Os franceses perderam cerca de 4.000 homens e todos os seus canhões, à excepção de 2. Tiveram dois Generais mortos, e os Generais Brenier e Pilliet, junto com muitos outros Oficiais de graduação, foram feitos prisioneiros, e enviaram-se para a Inglaterra.
Na tarde do dia 22, o General Kellermann veio ao nosso campo, com dois Oficiais franceses; ajustou-se uma convenção, e o Coronel Murray, nosso Quartel-Mestre-General, dirigiu-se a Lisboa para avistar-se com Junot. Ajustou-se um armistício no dia 21 [sic]; mas deve terminar-se no dia 28. O Coronel Lake, do Regimento n.º 29, e o Capitão Bradford, do Estado-Maior do General Spencer, foram mortos na acção do dia 17; e o Coronel Tailor, dos Dragões n.º 20, foi morto na acção do dia 21. Estes são os únicos Oficiais de graduação que perdemos. As Brigadas que tiveram a parte principal nestas acções foram as dos Generais Ferguson, Fane, Hill e Anstruther. O Regimento n.º 50 fez prodígios de valor, e no campo de batalha receberam as graças de Sir Arthur Wellesley.
Sir John Moore tinha chegado com 12.000 homens, e as forças agora ao mando de Sir Hew Dalrymple ascendem a 32.200 homens, exceptuando a artilharia e o Regimento n.º 42, que se esperava que chegasse enquanto se escreveu esta carta.
[Fonte: Este documento foi publicado originalmente num número extraordinário do periódico Gibraltar Chronicle, datado de 5 de Setembro de 1808, sendo depois traduzido com o título de “Extracto de una carta del Exército baxo el mando de Sir Hugo Dalrimple fecha 25 de Agosto de 1808, de Monramal á 35 millas de Lisboa”, in Demonstracion de la Lealtad Española: Coleccion de proclamas, bandos, ordenes, discursos, estados de exercito, y relaciones de batallas publicadas por las Juntas de Gobierno, ó por algunos particulares en las actuales circunstancias – Tomo Sexto, Cadiz, por D. Manuel Ximenez Carreño, 1809, pp. 88-89].