sábado, 11 de junho de 2011

Notícia publicada no órgão de imprensa da Junta de Sevilha, sobre o desarmamento das tropas espanholas destacadas em Portugal (11 de Junho de 1808)



Lisboa, 11 de Junho 


É grande a fermentação que aqui se observa entre a tropa espanhola, embora não produza fruto algum; antes se vai tornando impossível, de dia para dia, restituírem-se estes soldados à sua pátria, ou virem a ter algum proveito nesta praça, pois acabam de ser desarmados. Não ocorreu assim no Porto, pois encontrava-se ali o General Belestá, que armou toda a tropa que tinha sob o seu comando e, apoderando-se esta do Corregedor mor, do General de divisão Quesnel, de Mr. Taboureau, Auditor do Conselho de Estado de Paris, do Coronel de Artilharia Picoteau, e de vários outros oficiais civis e militares, como também de um destacamento de Dragões, dirigiram-se à Galiza, acção esta que foi muito sensível aos franceses. O General Junot, receando que os demais imitem esta conduta e antes que sigam este exemplo, tomou o partido de desarmá-los, e não tardará em fazer o mesmo com o destacamento de Setúbal, e os regimentos de Caçadores de Valência e Múrcia, que se encontram completamente insurrectos contra os franceses. 

[Fonte: Gazeta Ministerial de Sevilla, n.º 7, en la Imprenta de la viuda de Hidalgo y Sobrino, 22 de junio de 1808, p. 51].