Ilustríssimo Senhores Presidente, Vereadores e demais Oficiais da Câmara da cidade de Faro:
No dia dia vinte e um do presente [mês] recebemos a carta de Vossas Senhorias em que nos noticiam do ardente zelo com que o povo de todas as classes dessa cidade concorrem para expulsar o inimigo comum e recuperar a sua antiga liberdade, confessando e clamando por seu legítimo soberano ao Príncipe Regente Nosso Senhor, e em que Vossas Senhorias nos convocam [para que] queiramos propor-nos ao mesmo fim. Toda esta cidade e termo tinha os mesmos fervorosos sentimentos, e tanto que na resposta da recepção do ofício de Vossas Senhorias já se achava em Armas com tanto zelo que não foi necessária mais persuasão; podem portanto Vossas Senhorias ficar na certeza que os nossos sentimentos são iguais e conformes com os de Vossas Senhorias e dessa cidade e termo.
Nós temos tido tantos negócios e providências que até hoje não nos foi possível darmos resposta ao ofício de Vossas Senhorias, a quem Deus guarde muitos anos.
Tavira, em Câmara de vinte e oito de Junho de mil oitocentos e oito.
O Juiz Vereador, Manuel Vaz Velho
António de Aragão e Costa
Pedro Manuel Tavares Paes de Souza
Manuel Baptista Marçal
José Pedro de Oliva Pontes[?]
Jacinto José do Nascimento
[Fonte: Adérito Fernandes Vaz, Olhão da Restauração no tempo e a 1.º Invasão Francesa em 1808, no contexto regional e nacional – 2.º Volume, Olhão, Elos Clube de Olhão, 2009, pp. 78-79].