Habitantes de Portugal:
Todas as partes do vosso Reino me têm mandado Deputações solicitando socorro, ajuda e auxílio; asseverando-me a determinação leal e varonil do povo de Portugal para restabelecer o Governo do seu legítimo Príncipe, e libertar o seu país da opressão francesa.
Condescendendo pois com os vossos rogos, eu vos envio navios, tropas, armas e munições; ordenando ao mesmo tempo que se arvore a bandeira de Sua Alteza Real o Príncipe Regente, em torno da qual todos os leais portugueses, segundo por esta [proclamação] lhes intimo, se devem imediatamente juntar, e pegar em armas numa causa tão justa e gloriosa.
Para serdes bem sucedidos, portugueses, sede unânimes, e juntando-vos aos espanhóis, vossos valorosos vizinhos e amigos, não vos deixeis intimidar com ameaças nem iludir com promessas.
Alguns meses de experiência ter-vos-ão convencido dos efeitos da amizade francesa; e agora confio que devereis à lealdade e auxílio britânico, ajudado por vossa própria energia e esforços, a Restauração do vosso Príncipe e a Independência do vosso país.
Hibernia, defronte do Tejo, a 4 de Julho de 1808.
C. Cotton
[Fonte: Gazeta do Rio de Janeiro, n.º 10, 15 de Outubro de 1808, p. 3. Esta proclamação também foi publicada, com algumas variantes (provavelmente derivadas de traduções diversas do original inglês, ao qual não conseguimos aceder) no Correio Braziliense de Novembro de 1808, p. 438; e ainda na monumental obra de Simão José da Luz Soriano, História da Guerra Civil e do Estabelecimento do Governo Parlamentar em Portugal. Compreendendo a História Diplomática, Militar e Política deste Reino, desde 1777 até 1834 – Segunda Época - Tomo V – Parte I, Lisboa, Imprensa Nacional, 1893, p. 93].