O movimento de revolta que está manifestado entre a gentalha do Algarve nem deve causar inquietação, nem é preciso mais do que fazer marchar contra esses amotinados alguns batalhões, para lhes fazer experimentar a triste sorte dos habitantes de Beja, justamente entregue ao ferro e às chamas por ter ousado atacar as tropas francesas.
Tal será, como é necessário fazer saber aos seus subalternos, o destino de toda a cidade de Portugal que tiver a culpável imprudência de se revoltar contra o Imperador, hoje o único senhor deste país.
É tão perfeita e segura a nossa tranquilidade em Lisboa e nas províncias vizinhas, que acaba de ser expedida uma coluna do exército bastante numerosa, para ir castigar os sediciosos nos lugares em que eles se têm manifestado; outras colunas vão seguir esta, para varrerem rapidamente o país por toda a parte que for necessário.
[Fonte: Alberto Iria, A Invasão de Junot no Algarve, Lisboa, s. ed., 1941, pp. 134-135].