"Num edital impresso da Junta de segurança e administração pública da comarca de Moncorvo, de 29 de Julho de 1808, lê-se o seguinte:
Qualquer habitante que … usar doestar alguma pessoa de qualquer estado e condição que seja com o detestável nome de Junot, ou outro semelhante, seja preso… (etc.).
À palavra Junot acrescentou-se esta nota:
Termo adoptado nesta província (Trás-os-Montes) para injuriar qualquer pessoa de opiniões e costumes franceses.
O povo vingava-se das prepotências do general francês, incluindo-lhe o nome no vocabulário dos doestos. Sobre assunto análogo vide Revista Lusitana, II, pp. 68 e ss. Tenho ideia de ter ouvido em criança, na Beira, empregar jinó também como palavra de escárnio; jinó está para Junot, como titor para tutor: as formas intermédias foram respectivamente *jenó e *tetor (dissimulação de u…o)".
[Fonte: J. Leite de Vasconcelos, “Notícias filológicas”, in Revista Lusitana - Vol. IV, Lisboa, Antiga Casa Bertrand, 1896, pp. 272-278, p. 276].