Nós, Duque de Abrantes, General em Chefe do Exército de Portugal, ordenamos a todos os curadores de museus, gabinetes de história natural, bibliotecas e outros estabelecimentos de ciências que tanto pertençam ao Governador como a instituições religiosas ou a particulares que tenham emigrado, para que permitam a visita e o reconhecimento dos seus estabelecimentos pelo senhor Geoffroy Saint-Hilaire, membro do Instituto da França, abrindo-lhe todos os armários e caixas que ele queira ver. Ficam todos expressamente proibidos de perturbar o sr. Geoffroy na execução da missão que lhe foi encarregada por Sua Majestade o Imperador, e são expressamente ordenados a ajudá-lo em tudo o que lhe seja necessário.
Dado no Palácio do Quartel-General em Lisboa, 23 de Maio de 1808.
O Duque de Abrantes
[Fonte: Jacques Daget & Luiz Saldanha, Histoires Naturelles Franco-Portugaises du XIXe Siècle, Lisboa, Instituto Nacional de Investigação das Pescas, 1989, apud Maria Estela Guedes, "De como o lagarto é envolvido nas invasões francesas", in Dois Casos Secretos em Ciências Naturais (Trabalho apresentado para concurso a Assessor no Museu Bocage), Lisboa, 1994].