No campo a norte de Torres Vedras, 30 de Agosto de 1808.
Meu caro Senhor:
Ontem de manhã foi aqui trazida uma Convenção assinada pelo General Kellermann e pelo Coronel Murray, sobre a evacuação de Portugal pelas tropas francesas; mas não foi ratificada pelo General [Darlymple], em consequência de ter achado algumas falhas na mesma. A Convenção foi alterada, mas não como eu pensava que deveria ter sido, e devolvida a Junot na tarde de ontem. Entretanto, o exército [britânico] continua parado na sua posição; com a única diferença que temos um corpo em Torres Vedras, em vez de a três milhas daquela vila. Resumindo, dez dias depois da acção do dia 21, não avançámos muito; de facto, penso que avançámos aquilo que poderíamos e deveríamos ter avançado na noite do dia 21.
Garanto-vos, meu caro Senhor, que as circunstâncias não estão a prosperar aqui; e sinto o mais sincero desejo de deixar o exército. Tive demasiado sucesso com este exército para passar a servi-lo numa posição subordinada, com satisfação para a pessoa que o comande, e certamente não para mim próprio. Contudo, farei o que o Governo desejar.
Sempre, meu caro senhor, o vosso mais sincero
Arthur Wellesley
[P.S.] Temos ordens para marchar nesta manhã, mas não ficaria surpreendido se não o fizéssemos.
[Fonte: Lieut. Colonel Gurwood (org.), The Dispatches of Field Marshal the Duke of Wellington, K. G. during his various campaigns in India, Denmark, Portugal, Spain, the Low Countries, and France, from 1799 to 1818 – Volume Fourth, London, John Murray, 1835, p. 118; Charles William Vane (org.), Correspondence, Despatches, and other Papers of Viscount Castlereagh, second Marquess of Londonderry – Vol. VI, London, William Shoberl Publisher, 1851, p. 418].